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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Diretor do IML pode ser exonerado

IML se recusa a remover corpo em putrefação e irrita Eloy
 
Pressão da SSP faz equipe do IML remover o corpo em putrefação (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)
Ao orientar a equipe a se recusar a fazer a remoção do corpo de um idoso que já estava em elevado estado de putrefação na terça-feira, 6, o diretor do Instituto Médico Legal (IML) cavou sua própria cova e poderá ser exonerado. O coordenador geral de perícia da Secretaria de Segurança Pública, Adelino Lisboa, compareceu ao IML na manhã desta quarta-feira, 7, e, sem esconder a irritação com o episódio, determinou pessoalmente que a equipe seguisse para a residência do idoso, onde o corpo se encontrava.

A comunidade já estava em desespero devido ao grande problema social causado pelo mau cheiro e pelo descaso do poder público àquele cenário no imóvel de número 14 da rua D, no bairro Japãozinho.

O idoso identificado como Arisvaldo Ferreira de Azevedo, 72, morava sozinho naquele imóvel, foi visto pela última vez na sexta-feira, 2, e em decorrência do mau cheiro que se proliferou nos dias seguintes na rua, a comunidade fez comunicado oficial à polícia, que acionou a perícia técnica e o IML. No entanto, conforme argumentos da equipe, o corpo não pode ser removido por se tratar de morte natural.
Jenura Pereira: indignação com descaso
O camburão do IML, que chegou ao local na tarde da terça-feira, 6, retornou e o corpo permaneceu abandonado dentro do imóvel. “Ia trabalhar hoje, mas já liguei pra minha patroa, foi uma dormida péssima”, reagiu a diarista Michele Gomes da Silva, moradora daquela rua. Ela diz que todos os moradores passaram a noite praticamente em claro, incomodados com o odor e indignados com a falta de compromisso do poder público com a questão.

O secretário de segurança pública, João Eloy, tomou conhecimento sobre o descaso ainda na terça-feira, 6, e determinou ao diretor geral de perícia providências imediatas para a remoção do corpo na mesma terça-feira, 6. O que não foi cumprido pelo IML, que seria o órgão responsável para fazer a remoção, segundo o coordenador geral de perícia, Adelino Lisboa. “Vamos instaurar inquérito administrativo para apurar a responsabilidade”, adverte o coordenador geral de perícia, Adelino Lisboa, alertando que o episódio pode caracterizar como prevaricação [retardar ou deixar de praticar aquilo que é dever do servidor público].


Autonomia
João Eloy exige a remoção do corpo
O governador em exercício, Jackson Barreto, tomou conhecimento do problema, mas não emitiu conceito. O governador falou que o secretário João Eloy tem autonomia para adotar as medidas cabíveis. Na manhã desta terça-feira, 7, o secretário João Eloy se reuniu com a assessoria jurídica e o coordenador geral de perícia, Adelino Lisboa, e determinou instauração de inquérito administrativo para apurar a responsabilidade e avaliar a permanência de Raimundo Melo no cargo de diretor do IML.

A comunidade está chocada. A aposentada Jenura Pereira de Souza, 77, ficou inconformada e não escondeu a indignação. “Gente, estou com 77 anos e nunca vi isso na minha vida”, desabafou. “Isto é uma falta de respeito com o senhor humano, com a comunidade. Se ele tivesse dinheiro, se fosse filhinho de papai nada disso tinha acontecido”, comentou.

A vendedora ambulante Maria das Graças Santos disse que costumava acompanhar o senhor Ariosvaldo diariamente. “Ele costumava dar comida para os passarinhos todo dia. Mas sábado não vimos mais”, disse. “Acho que ele morreu entre o sábado e o domingo e todo esse tempo o corpo ficou lá largado”, observou. A comunidade conseguiu finalmente localizar dois irmãos da vítima, também idosos, que também não souberam como agir.

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