MINHA VIDA!

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sábado, 6 de abril de 2013

Seca em Sergipe é a maior dos últimos 50 anos

O período de estiagem já atinge mais de 24 cidades do interior
Gado sofre com a seca (Fotos: Portal Infonet)
A seca que atinge Sergipe já é considerada a mais intensa dos últimos 50 anos e está provocando reflexos na produção agrícola e pecuária do estado. O gado, as plantações e o homem sofrem com falta de chuva e a escassez de água nos leitos de alguns rios. De acordo com do diretor do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil de Sergipe (Depec), Tenente-Coronel José Erivaldo Mendes, as ações emergenciais de combate à seca, já estão sendo implantadas.
A seca já atinge o interior de Sergipe há mais de 8 meses e castiga a população, que depende da terra para sobreviver. A reportagem do Portal Infonet percorreu o sertão sergipano para ver in loco como está a vida do sertanejo, diante da situação.
Percorremos os municípios de Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Cumbe e Graco Cardoso. Nesses locais é visível a situação calamitosa em que estão vivendo aquelas pessoas. O gado está magro, a maioria dos pastos está seco, e o gado fica impossibilitado de se alimentar. Na tentativa de amenizar o sofrimento dos bichos, os donos de fazendas estão optando por comprar a comida ou alimentá-los com mandacaru.  Os poços e barragens têm pouca água acumuladas algumas estão secas.
Luiz José "A gente faz o que pode"
Luiz José da Silva possui 24 cabeças de gado. Ele, que mora no povoado Algodoeiro, localizado entre os Municípios de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, conta que a situação está difícil porque não há como alimentar o gado, que está cada dia mais fraco por causa da falta de água e de alimento. “Esta seca veio muito forte. Estamos há mais de 8 meses assim e não chove de jeito nenhum. Nós temos que pegar água num açude. Mas estamos fazendo de tudo para que eles não sofram”, contou o homem.
A situação é ainda mais difícil para os sertanejos que vivem distante das cidades. Aqueles que lidam diretamente com a terra e depende dela para seu sustento buscam alternativas diferentes para garantir o seu sustento. É o caso da agricultora, Silvaneide Moura, de 52 anos. Ela relata que sua plantação de feijão, apesar de pequena, não suportou o período da seca e morreu. “A gente faz de tudo um pouco. Nós trabalhamos também com gado, mas por enquanto está dando para garantir o alimento dos bichos. Entretanto tivemos uma redução na produção do leite, que é o nosso forte”, disse Silvaneide.
José Renato "a gente está tendo que comprar o alimento"
No município de Cumbe, a situação não é diferente para o fazendeiro José Renato. Em sua propriedade, na fazenda Santo Antônio, há cerca de 130 cabeças de gado. Mesmo com os pastos secos, os animais continuam vivos, apesar de magros. Contudo, para garantir a sobrevivência dos bichos, o fazendeiro contou que tem que comprar a comida. “Nenhum gado morreu de sede ou de fome até agora, mas a gente está tendo que comprar o alimento ou fazemos a silagem de milho para alimentar o gado”, conta.
Alternativas
Além de problemas na agricultura, o gado magro trás prejuízos para o pecuarista. Alguns estão tendo que utilizar a única renda gerada com o leite, para comprar alimento. "Muitos estão gastando o que ganham para não deixar o gado morrer. Nós poderíamos vender, mas o valor que está sendo oferecido não vale a pena, pois os preços são muito baixo. Mas tem gente que está  aceitando qualquer proposta de negócio com o gado magro para não perder os animais”, disse.
Animais são encontrados mortos por falta de comida e água
Ações
Mais de 24 cidades já estão oficialmente em estado de emergência. Na tentativa de combater a situação, o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) e a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) realizaram na última quarta-feira, 3, na Câmara de Vereadores de Nossa Senhora da Glória, uma reunião com gestores de 37 municípios que foram beneficiados com os programas de mecanização agrícola, distribuição de sementes e limpeza de pequenas barragens e aguadas.
Por Eliene Andrade-infonet.com.br

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