Por Raissa Cruz
O vereador Agamenon Sobral (PP), que já
vinha afirmando que professores da rede estadual estariam “gazeando”
aulas, mas marcando a assinatura nos livros de pontos, desta vez, como
havia prometido, deu nome à sua denuncia. Agamenon, da tribuna da Câmara
Municipal de Aracaju, acusou o professor Joel Almeida, vice-presidente
do Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Estado de Sergipe
(Sintese), e que é lotado na Escola Estadual Governador Antônio Carlos
Valadares, de estar recebendo salário, sem trabalhar. Segundo Agamenon,
Joel “tem feito constantemente diversas viagens, mas, mesmo assim, sua
presença é sempre colocada nos diários da escola. No mês passado, ele
(Joel) estava em viagem ao Paraguai, mas não recebeu nenhuma falta. O
professor Joel deixa os alunos a ver navios”, acusou. Procurado por
nossa reportagem, o professor Joel Almeida negou as acusações e prometeu
acionar Agamenon por danos morais.
“Já é o segundo processo que vamos
ingressar contra as mentiras dele, porque o primeiro foi sobre a
reposição de aulas que ele disse que os professores não estavam fazendo,
e levantou outras injúrias. Agamenon faz acusações sem provas. Ele é um
irresponsável. Ele vai ter que provar que eu fiz esse registro de aulas
faltando”, desafiou Joel, afirmando que realmente fez uma viagem ao
exterior em período de aulas, durante os dias 29 de julho a 1º de
agosto, para o Uruguai, como dirigente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação, no entanto, nenhum registro de aula foi
efetuado. Joel disse ainda que trabalho na Escola Valadares há oito
anos, mas quando precisa fazer viagens pelo sindicato, “geralmente com
duração de um dia”, deixa sempre atividades para os alunos. Essas
atividades funcionam como componente de aula, o que é natural”, frisou
ele.
Provocado a respeito das criticas de
Agamenon, quanto a ele se dividir entre o Sintese e as salas de aula
(“Joel ganha para dar aula e não para ser sindicalista”, diz Agamenon),
Joel rebateu: “a gente tem a prerrogativa de estar fora da sala de aula
como dirigente sindical, mas nós optamos por estar. Estar na sala de
aula para mim não é um sacrifício, é um prazer. Durante todo meu
trabalho, mesmo como presidente do Sintese, nunca estive fora de sala de
aula. Então a colocação de Agamenon é uma tentativa frustrada de
desestabilizar o sindicato, mas vamos acioná-lo, porque não pode ficar
falando o que quer das pessoas e sem provas”, sustentou.
Da redação Universo Político.com
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