É certo que é cedo para afirmar que o atual quadro político mostrado por várias pesquisas eleitorais em Aracaju, permaneça sem alteração até o próximo ano. É certo também que se a eleição fosse hoje o ex-governador João Alves Filho estaria numa situação confortável com a real possibilidade de se eleger no 1º turno.
É certo que a base governista, que apóia o governo Déda, não sairá coesa em Aracaju e lançará, no mínimo, dois candidatos a prefeito de Aracaju. A estratégia é que num eventual segundo turno, toda a base seja unificada para enfrentar o ex-governador João Alves.
Se por um lado a estratégia eleitoral é válida, por outro lado, se não for coroada de êxito, provocará uma ruptura na base aliada que dificilmente será sarada até 2014. Sem levar em conta que qualquer um dos perdedores no 1º turno, ao invés de retornarem a base aliada poderá optar definitivamente pela campainha de João Alves, visto que este, para facilitar sua vitória, poderá firmar compromissos para 2014.
E o governador Marcelo Déda ficará numa encruzilhada sem precedentes. Com três candidatos a sua sucessão em sua base: Jackson, Amorim e Valadares e tendo como prefeito de Aracaju, João Alves Filho. Que sem duvida nenhuma, na posição de prefeito, poderá ser o fiel da balança – e não Déda – nas eleições 2014.
Por outro lado sabe-se também que o grau de rompimento de João Alves com os irmãos Amorim extrapola o campo político e chega ao campo pessoal. As declarações quase que semanais do deputado Mendonça Prado são mais do que claras para entender que a família Alves quer distância política dos irmãos Amorim.
Ou seja, a eleição de João Alves Filho como prefeito de Aracaju, fragilizará o governador Marcelo Déda politicamente, mas poderá mudar o cenário atual que é favorável a eleição de Eduardo Amorim para o governo estadual.
É incrível como o tabuleiro da política é cheio de opções como num jogo de Xadrez onde muitas vezes quem tem mais peças conquistadas – até mesmo a rainha – pode perder porque movimentou um peão de maneira errada.
Assim como no Xadrez, João pode mudar cenário para 2014 o chamado “Xeque Pastor” (só cai quem é iniciante no jogo), pegando de surpresa ainda nas eleições 2012 quem se achava o “Mestre” dos bastidores eleitorais.
É como disse um grande mestre: No Xadrez como na vida, a glória de hoje pode ser o veneno de manhã.
por claudio nunes
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