Arcebispo Denis Hart classificou de 'horríveis e vergonhosos' os números
A Igreja Católica confirmou 620 casos de abusos sexuais contra menores cometidos na Austrália por sacerdotes desde a década de 30, uma revelação inédita no país, informou neste sábado (22) a imprensa local.
O arcebispo de Melbourne, Denis Hart, classificou de 'horríveis e
vergonhosos' os números que aparecem em um relatório entregue para
comissão que investiga no Parlamento do estado de Victoria casos de
pedofilia cometidos em várias ordens religiosas.
Por meio de um comunicado, Hart disse que a maioria dos casos ocorreu
entre a década de 1960 e de 1980, embora tenham ocorrido inclusive há 80
anos. Desde 1990, só 13 abusos foram registrados.
O arcebispo afirmou que a igreja colaborará plenamente com a comissão
parlamentar e acrescentou que está investigando outros 45 supostos
abusos sexuais, informou a cadeia 'ABC'.
'É um trauma e uma vergonha que estes abusos, com seu dramático impacto
nas vítimas e suas famílias, fossem cometidos por sacerdotes católicos,
religiosos e funcionários paroquiais', protestou.
'Este relatório demonstra que a igreja está comprometida a enfrentar a
verdade e não se esquivar, diminuir ou evitar as ações daqueles que
violaram seus votos sagrados', garantiu Hart.
O Parlamento de Victoria criou em abril uma comissão especial para
investigar os casos de pedofilia cometidos em várias ordens religiosas.
As conclusões ficarão prontas no ano que vem.
Segundo as associações das vítimas, o número dos menores vítimas de abusos pode superar 6 mil só em Victoria.
Em sua visita à Austrália, em julho do ano passado, o papa Bento XVI se
reuniu com algumas das vítimas e pediu perdão em nome da igreja.
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