A apresentadora Hebe Camargo
morreu em São Paulo, neste sábado (29), aos 83 anos. Ela lutava contra o
câncer desde 2010 e morreu, segundo a assessoria do SBT, após sofrer
uma parada cardíaca, ao se deitar para dormir, nesta madrugada.
Hebe é um dos maiores ícones da televisão brasileira e ficou internada pela última vez por quase duas semanas
em agosto, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Nos últimos dois
anos passou por várias cirurgias e tratamentos contra o câncer.
O velório será realizado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo
do Estado de São Paulo, no Morumbi, a partir das 18h deste sábado – o
carro funerário chegou à casa da apresentadora por volta das 16h15. Já o
sepultamento está marcado para as 9h30 deste domingo (30), no cemitério
Gethsemani, segundo funcionários do local e o governo do Estado de São
Paulo.
A morte da diva causa repercussão entre artistas e políticos brasileiros nesta tarde. A presidente Dilma Rousseff divulgou nota oficial
em que se refere a Hebe como “minha querida amiga” e diz que ela foi
“uma das mais importantes personalidades da televisão brasileira.”
A apresentadora Ana Maria Braga publicou no Twitter uma homenagem: “Os
amigos do Sorriso da TV brasileira, Hebe, choram a Estrela que se vai.
Saudade”, escreveu."Uma mulher estupenda, corajosa, e uma entrevistadora
franca e leal. Vai deixar muitas saudades. O exemplo dela foi
dignificante", declarou o deputado federal pelo PP de São Paulo, Paulo
Maluf. Já o apresentador Jô Soares comentou a impressão que Hebe causava
nas pessoas: "Uma vez, eu fui intérprete de uma entrevista dela com
várias pessoas. E todas se referiam a ela como uma grande senhora, uma
grande estrela. Ela realmente tinha uma certeza do que fazia que era
sensacional. Ela estava acima do bem e do mal”.
Em mais de 60 anos de história na televisão brasileira, a apresentadora
tinha um estilo próprio de entrevistar as pessoas. Ela se tornou
popular com a expressão “gracinha”, usada para elogiar convidados. Outra
marca registrada de Hebe era dar selinhos nos entrevistados que
passavam por seu famoso sofá.
“Estamos perdendo uma mulher que é um marco da televisão brasileira
(...). Nos acostumamos a tê-la como uma de nós”, disse a atriz Irene
Ravache, completando que estar com Hebe era "uma festa".
Biografia
Nascida em Taubaté (SP), a 130 km da capital, Hebe Maria Monteiro de
Camargo Ravagnani começou a carreira cantando. Entrou para a TV logo
após a fundação da primeira emissora brasileira, a TV Tupi, onde ela
fazia aparições nos programas como cantora.
Estreou como apresentadora em 1955, no programa “O mundo é das
mulheres”, na TV Carioca, a primeira atração voltada especialmente para
mulheres. Antes disso, havia substituído Ary Barroso no programa de
calouros apresentado por ele.
Depois disso, a apresentadora ficou afastada da TV por um período, até
que em 1966 estreou o dominical que levava seu nome na TV Record. A
atração contava com o músico
Caçulinha e era líder de audiência. Foi responsável por dar espaço para novos talentos ligados à Jovem Guarda.
Para dedicar-se ao filho, Hebe ficou afastada da televisão por cerca de
dez anos, quando voltou a aparecer na TV Bandeirantes. Em 1985, aceitou
o convite do SBT para comandar uma atração na emissora. Em quatro de
março de 1986, entrava no ar o “Programa Hebe”, comandado por ela até
2010. Em dezembro do mesmo ano, Hebe assinou contrato com a RedeTV e
estreou na emissora em março de 2011, onde ficou até este mês, quando
acertou retorno ao SBT.
Segundo a assessoria do SBT, ela estava muito feliz com a volta à emissora.