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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Operação da PF cumpre mais de cem mandados em nove estados

Do G1, em Brasília
Um dos carros apreendidos nesta quinta-feira (19) pela Polícia Federal na operação Miquéias (Foto: Luciana Amaral/G1)
A Polícia Federal deflagrou no início da manhã desta quinta-feira (19) uma operação que cumpre 27 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão no Distrito Federal e em nove estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.

De acordo com a PF, o objetivo da operação, batizada de Miquéias, é desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra acusda de má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. Os líderes das duas organizações ficavam no Distrtio Federal, segundo a polícia.

A PF informou que só no Distrito Federal 14 pessoas foram presas. Uma pessoa foi presa em Goiás e duas no Rio, totalizando 17. Mais cedo, a PF havia informado que haviam sido 16 os presos no início da operação. Os dados são parciais, porque ainda podem ocorrer mais prisões ao longo do dia.

Foram apreendidos no DF cinco carros de luxo e uma lancha de R$ 5 milhões, comprados com dinheiro lavado, segundo as investigações. De acordo com a PF, dois dos presos são delegados da Polícia Civil do DF e dois são agentes.

Os nomes e cargos das pessoas presas não foram divulgados pela Polícia Federal.

A investigação começou há um ano e meio para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de “laranjas”.

A PF disse que detectou a existência de um “verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos”. Nos dezoito meses de investigação, a polícia estima que foram sacados mais de R$ 300 milhões de reais nas contas dessas empresas. Foram identificadas 30 empresas de fachada.

Nas investigações foi detectado também pela PF que policiais civis do DF eram responsáveis pela proteção da quadrilha.

A polícia descobriu ainda que a organização criminosa aliciava prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social para que eles aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis geridos pela quadrilha, o que configurava o desvio dos recursos. Os prefeitos e gestores dos regimes próprios de previdência eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.

“Os principais líderes dessas organizações criminosas não costumavam perder muito tempo. Tão logo teve a eleição, praticamente uma semana depois das eleições, eles já estavam em contato com os prefeitos recém-eleitos para oferecer os fundos de investimento. Eles nem tinham tomado posse ainda e já estavam sendo contatados pela organização criminosa”, afirmou em entrevista coeltiva a delegada da PF Andréa Pinho.

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