Do G1, em Brasília
A Polícia Federal deflagrou no início da
manhã desta quinta-feira (19) uma operação que cumpre 27 mandados de
prisão e 75 de busca e apreensão no Distrito Federal e em nove estados
do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.
De acordo com a PF, o objetivo da
operação, batizada de Miquéias, é desarticular duas organizações
criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e
a outra acusda de má gestão de recursos de entidades previdenciárias
públicas. Os líderes das duas organizações ficavam no Distrtio Federal,
segundo a polícia.
A PF informou que só no Distrito Federal
14 pessoas foram presas. Uma pessoa foi presa em Goiás e duas no Rio,
totalizando 17. Mais cedo, a PF havia informado que haviam sido 16 os
presos no início da operação. Os dados são parciais, porque ainda podem
ocorrer mais prisões ao longo do dia.
Foram apreendidos no DF cinco carros de
luxo e uma lancha de R$ 5 milhões, comprados com dinheiro lavado,
segundo as investigações. De acordo com a PF, dois dos presos são
delegados da Polícia Civil do DF e dois são agentes.
Os nomes e cargos das pessoas presas não foram divulgados pela Polícia Federal.
A investigação começou há um ano e meio
para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas
bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de
“laranjas”.
A PF disse que detectou a existência de
um “verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro
proveniente de crimes diversos”. Nos dezoito meses de investigação, a
polícia estima que foram sacados mais de R$ 300 milhões de reais nas
contas dessas empresas. Foram identificadas 30 empresas de fachada.
Nas investigações foi detectado também pela PF que policiais civis do DF eram responsáveis pela proteção da quadrilha.
A polícia descobriu ainda que a organização criminosa aliciava prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social para que eles aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis geridos pela quadrilha, o que configurava o desvio dos recursos. Os prefeitos e gestores dos regimes próprios de previdência eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.
“Os principais líderes dessas
organizações criminosas não costumavam perder muito tempo. Tão logo teve
a eleição, praticamente uma semana depois das eleições, eles já estavam
em contato com os prefeitos recém-eleitos para oferecer os fundos de
investimento. Eles nem tinham tomado posse ainda e já estavam sendo
contatados pela organização criminosa”, afirmou em entrevista coeltiva a
delegada da PF Andréa Pinho.
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