José Paixão Souza Vieira, 16 anos, foi assassinado a tiros ao amanhecer
deste sábado, 21, no bairro América, em Aracaju. Ele estava trabalhando.
Saiu de casa para buscar um cavalo e encilhar uma carroça, seu
instrumento de trabalho. Não se sabe o motivo do assassinato.
Também são pouco elucidativos os motivos porque foram assassinados Francisco Santos da Silva Filho, 15 anos, num campo de futebol do Conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro, assim como Adriano do Nascimento Santos, 18 anos, em Simão Dias, e Leandro Souza Ferreira, 18 anos, no povoado São José, em Poço Verde. Todos eles foram mortos neste mês, vítimas de armas de fogo.
Mais de 80 sergipanos de até 19 anos são assassinados anualmente. Segundo o Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil, 85 foram mortos em Sergipe em 2010, 25% a mais do que os tombados em 2000 nessa guerra surda e suja, onde não há heróis, somente vítimas.
E olhe que Sergipe é um dos estados menos violentos do Brasil. Aqui, a média de assassinatos de crianças e adolescentes é de 11,2 por cada grupo de 100 mil habitantes, o que nos faz o terceiro estado menos violento do Nordeste, atrás de Piauí (3,6) e Maranhão (6,8), e o 11º do Brasil. A média nacional é de 13,8 assassinatos/100 mil habitantes.
Inversamente falando, apesar do crescimento do número absoluto de homicídios, Sergipe melhorou sua posição no ranking, caindo do 14° para o 17º lugar. O que, lamentavelmente, comprova o crescimento da violência em outros estados.
Poucos, aliás, conseguiram reduzir a incidência de crimes: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima e, principalmente, São Paulo, que reduziu o número de assassinatos de 22,3/100 mil em 2000 para 5,4/100 mil em 2010, melhorando radicalmente sua posição no ranking da violência, do 4º para o 26° lugar. Somente o Piauí é menos violento.
O estado onde mais se assassina crianças e adolescentes é a Bahia, que contou 1.172 garotos tombados em 2010. Proporcionalmente, no entanto, o estado mais violento é novamente Alagoas, com 34,8 assassinatos por grupo de 100 habitantes. Uma lástima que nos toca mais diretamente porque são estados vizinhos e irmãos.
Mas não há motivos para se comemorar e nem para se usar esses números politicamente. É impossível se dormir tranquilo quando 24 crianças e adolescentes são assassinadas todos os dias no Brasil. Esse dado tenebroso faz do país o quarto mais violento para as pessoas da faixa etária até os 19 anos de idade, situação mais confortável do que apenas El Salvador, Venezuela e Trinidad e Tobago. A propósito, os 10 países mais violentos para crianças e adolescentes são todos da América Latina e Caribe.
“Essa grande vulnerabilidade se verifica, no caso das crianças e adolescentes, não só pelo preocupante 4º lugar que o país ostenta no contexto de 99 países do mundo, mas também pelo vertiginoso crescimento desses índices nas últimas décadas. As taxas cresceram 346% entre 1980 e 2010, vitimando 176.044 crianças e adolescentes nos trinta anos entre 1981 e 2010”, diz o texto do Mapa da Violência, no capítulo reservado aos homicídios. A publicação é do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e Flacso Brasil. A coordenação é do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.
Também são pouco elucidativos os motivos porque foram assassinados Francisco Santos da Silva Filho, 15 anos, num campo de futebol do Conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro, assim como Adriano do Nascimento Santos, 18 anos, em Simão Dias, e Leandro Souza Ferreira, 18 anos, no povoado São José, em Poço Verde. Todos eles foram mortos neste mês, vítimas de armas de fogo.
Mais de 80 sergipanos de até 19 anos são assassinados anualmente. Segundo o Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil, 85 foram mortos em Sergipe em 2010, 25% a mais do que os tombados em 2000 nessa guerra surda e suja, onde não há heróis, somente vítimas.
E olhe que Sergipe é um dos estados menos violentos do Brasil. Aqui, a média de assassinatos de crianças e adolescentes é de 11,2 por cada grupo de 100 mil habitantes, o que nos faz o terceiro estado menos violento do Nordeste, atrás de Piauí (3,6) e Maranhão (6,8), e o 11º do Brasil. A média nacional é de 13,8 assassinatos/100 mil habitantes.
Inversamente falando, apesar do crescimento do número absoluto de homicídios, Sergipe melhorou sua posição no ranking, caindo do 14° para o 17º lugar. O que, lamentavelmente, comprova o crescimento da violência em outros estados.
Poucos, aliás, conseguiram reduzir a incidência de crimes: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima e, principalmente, São Paulo, que reduziu o número de assassinatos de 22,3/100 mil em 2000 para 5,4/100 mil em 2010, melhorando radicalmente sua posição no ranking da violência, do 4º para o 26° lugar. Somente o Piauí é menos violento.
O estado onde mais se assassina crianças e adolescentes é a Bahia, que contou 1.172 garotos tombados em 2010. Proporcionalmente, no entanto, o estado mais violento é novamente Alagoas, com 34,8 assassinatos por grupo de 100 habitantes. Uma lástima que nos toca mais diretamente porque são estados vizinhos e irmãos.
Mas não há motivos para se comemorar e nem para se usar esses números politicamente. É impossível se dormir tranquilo quando 24 crianças e adolescentes são assassinadas todos os dias no Brasil. Esse dado tenebroso faz do país o quarto mais violento para as pessoas da faixa etária até os 19 anos de idade, situação mais confortável do que apenas El Salvador, Venezuela e Trinidad e Tobago. A propósito, os 10 países mais violentos para crianças e adolescentes são todos da América Latina e Caribe.
“Essa grande vulnerabilidade se verifica, no caso das crianças e adolescentes, não só pelo preocupante 4º lugar que o país ostenta no contexto de 99 países do mundo, mas também pelo vertiginoso crescimento desses índices nas últimas décadas. As taxas cresceram 346% entre 1980 e 2010, vitimando 176.044 crianças e adolescentes nos trinta anos entre 1981 e 2010”, diz o texto do Mapa da Violência, no capítulo reservado aos homicídios. A publicação é do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e Flacso Brasil. A coordenação é do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.
Proporcionalmente, Aracaju está num “confortável” 19º lugar, melhor do
que o 16º obtido em 2000, e mais uma vez atrás apenas de Teresina,
observando-se apenas o Nordeste. Na capital sergipana, em 2010 houve
19,2 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, contra 10,9 na
capital do Piauí.
Maceió, lamentavelmente, é a capital brasileira mais violenta para pessoas de até 19 anos, com 79,8 assassinatos/100 mil, seguida de Vitória (76,8), João Pessoa (59,4), Salvador (58), Recife (41,8) e Fortaleza (41,1).
A capital alagoana só não é mais violenta quando na comparação com os demais municípios brasileiros. Simões Filho/BA (134,4 assassinatos/100 mil habitantes), Lauro de Freitas/BA (94,6), Ananindeua/PA (88,6) e Itabuna/BA (85,7) são os municípios mais violentos do Brasil.
E isso evidencia outro dado preocupante observado pelo Mapa da Violência 2012: a migração da violência contra crianças e adolescentes das capitais para o interior. Os familiares de Francisco Santos da Silva Filho, Adriano do Nascimento Santos e Leandro Souza Ferreira sentiram na pele o que isso significa.
Maceió, lamentavelmente, é a capital brasileira mais violenta para pessoas de até 19 anos, com 79,8 assassinatos/100 mil, seguida de Vitória (76,8), João Pessoa (59,4), Salvador (58), Recife (41,8) e Fortaleza (41,1).
A capital alagoana só não é mais violenta quando na comparação com os demais municípios brasileiros. Simões Filho/BA (134,4 assassinatos/100 mil habitantes), Lauro de Freitas/BA (94,6), Ananindeua/PA (88,6) e Itabuna/BA (85,7) são os municípios mais violentos do Brasil.
E isso evidencia outro dado preocupante observado pelo Mapa da Violência 2012: a migração da violência contra crianças e adolescentes das capitais para o interior. Os familiares de Francisco Santos da Silva Filho, Adriano do Nascimento Santos e Leandro Souza Ferreira sentiram na pele o que isso significa.
Por Marcos Cardoso/infonet.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário