Acabar com a reeleição ilimitada de dirigentes de federações e
confederações esportivas, restringir em dois mandatos a duração máxima
de um mandato e acabar com o nepotismo nestas entidades. É esta a
proposta do senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB), que a partir do
Projeto de Lei 253/2012 quer disciplinar entidades como, por exemplo, a
Confederação Brasileira de Futebol, o Comitê Olímpico Brasileiro e as
federações estaduais de futebol.
O projeto, apresentado nesta semana no Senado Federal, vai tramitar
inicialmente na Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Casa e,
segundo o senador, tem como principal objetivo acabar com as
“verdadeiras dinastias” em que se transformaram as entidades esportivas
no Brasil.
- Muitos destes presidentes se perpetuam durante décadas no poder. Isto
precisa ser modificado – declara Cássio, que já foi governador do
Estado e agora está em seu primeiro mandato como senador.
Em quase todos os estados os presidentes estaduais estão no poder há
vários mandatos. O gaúcho Francisco Novelletto está no cargo desde 2004,
o capixaba Marcus Vicente está no poder desde 1994 e o sergipano
Carivaldo Souza foi eleito pela primeira vez em 1990. Em Goiás, o
presidente André Luiz Pitta foi eleito em 2007 e já tem mandato
garantido até a Copa do Mundo de 2014. Já o baiano Ednaldo Rodrigues
está na presidência na Federação Baiana desde 2001.
Evandro Carvalho, da Federação Pernambucana, só chegou ao poder depois da morte do antecessor.
A lista continua. O presidente da Federação Mineira de Futebol, Paulo
Schettino, chegou ao poder em 2003; e Francisco Cezário de Oliveira está
à frente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul desde 1999. Ele é
outro que já tem mandato garantido até o final da Copa no Brasil.
Existem exceções, em que os presidentes ocupam os cargos há pouco
tempo. Mas em todos eles os atuais presidentes substituíram
ex-presidentes que estavam há vários anos no poder. Em Pernambuco, por
exemplo, o atual presidente Evandro Carvalho está no poder há apenas um
ano, mas ele assumiu apenas depois da morte do então presidente Carlos
Alberto Oliveira, que comandou o futebol pernambucano por 16 anos
seguidos.
No Maranhão, Antônio Américo foi eleito neste ano, mas só depois da
justiça cassar o mandato do antecessor, Alberto Ferreira, que estava há
20 anos no poder. Já Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente
da Confederação Brasileira de Futebol neste ano depois de 22 anos de
poder. Ele foi substituído por José Maria Marin.
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