MINHA VIDA!

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quarta-feira, 6 de março de 2013

FINALMENTE TEREMOS O CLASSICO ARGENTINO EM SERGIPE - RIVER X BOCA JR.

Ao contrário dos rivais argentinos, que têm tradição e são de massa, genéricos contam com poucos torcedores e sofrem certo 'preconceito'

Por Thiago Barbosa Aracaju
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Header_BOCAxRIVER_SERGIPE (Foto: Infoesporte)
Clássico argentino entre Boca Juniors e River Plate é sinônimo de casa cheia. Seja no Monumental ou na Bombonera. Clubes tradicionais do futebol portenho, rivais há quase 82 anos, Milionários e Xeneizes são de massa. E o confronto rende assunto para toda a semana. Na contramão desta realidade, Boca-SE e River-SE devem fazer um 'superclássico' para poucos pagantes nesta quarta-feira, no Francão, em Estância, às 20h15m (de Brasília). Sem a mesma grandeza dos homônimos, os clubes de Sergipe lutam para conquistar a aceitação do público.

O número de admiradores das duas equipes cresce de forma ainda muito tímida, a passos lentos. Além disso, Boca e River sofrem com o preconceito de torcedores de clubes mais tradicionais em Sergipe, que os chamam de 'fakes'. O Boca Júnior, por exemplo, quando saiu de Cristinápolis e foi para Estância, contabilizava apenas cerca de 30 torcedores declarados, de acordo com a diretoria do clube. Hoje, esse número passa de 300, e o presidente Gilson Behar diz que está elaborando um projeto de marketing para atrair mais admiradores.
Estádio Francão, sede do Estanciano e Boca Júnior (Foto: João Áquila/GLOBOESPORTE.COM) 
Modesto Francão vai virar La Bombonera com Boca e River genéricos (Foto: João Áquila)
- O número de torcedores ainda é muito pequeno. Mas as coisas já melhoraram um pouco. Aos poucos, o pessoal de Estância está aceitando o nosso clube. E isso me deixa muito satisfeito. Hoje, já temos uma torcida organizada, a 'Onda Azul'. No boca a boca, o Boca vem ganhando um bom número de fãs. Estamos trabalhando para atrair mais gente, com vendas de camisas em todos os lugares, até em Aracaju - declarou Gilson Behar.

O River Plate de Carmópolis tem uma quantidade um pouco mais substancial de torcedores. A grande maioria é da cidade petrolífera mesmo. De acordo com estimativas dos dirigentes, são cerca de 3.000 fieis seguidores. A diretoria não construiu um projeto consistente para fazer com que este número aumente, mas acredita que os resultados em campo acabaram atraindo o público.

- Nós estamos amadurecendo projetos de marketing. Mas futebol sem resultado nunca vai chamar a atenção de ninguém, não tem marketing que construa isso. Nós somos um clube que, nos últimos quatro anos, conquistou três títulos e tem representado bem nosso estado em competições nacionais.  Em todos os campeonatos locais que participamos disputamos o título. Com isso, atraímos a simpatia de todos. Nossos treinos estão cada dia mais cheios, e os jogos sempre têm bom público. Ganhando mais títulos, a tendência é que o número de torcedores aumente. Estamos trabalhando para isso - destacou Ernando Rodrigues.
Fábio Júnior diz que ambiente é outro no River (Foto: Felipe Martins/GLOBOESPORTE.COM) 
Fábio Júnior quer marcar primeiro gol do clássico
 
Personagens do espetáculo
Colocar no currículo que jogou um Boca x River é motivo de orgulho para qualquer jogador. Mesmo que o clássico seja genérico. Atletas das duas equipes vivem a expectativa do grande confronto. Para eles, em campo, não estará apenas a disputa pelos três pontos, será também a chance de fazer história. O atacante Fábio Júnior, do River Plate, quer balançar a rede e ficar marcado como o primeiro a fazer gol no 'superclássico' sergipano.

- É uma situação inusitada. Um jogo importante para subirmos na classificação, mas acima de tudo histórico por ser a primeira vez que vão se enfrentar. Quero a vitória. Mas seria muito bom se eu conseguisse marcar também. Quero fazer o gol para ele ser veiculado lá na Argentina e eu ficar mais famoso (risos). Se fizer, vou comemorar dançando um forró. Lá eles dançam tango, mas eu vou de forró - brincou Fábio Júnior.

O experiente zagueiro Júnior Tuchê é o grande xerife da zaga do Boca Júnior. Com passagens por Vitória e Palmeiras, jamais imaginou que participaria de um clássico deste tipo.
- É uma situação muito curiosa. Estou ansioso para poder vivenciar tudo isso. Acho que vai ser bastante interessante fazer parte desta história. Não imaginei que, próximo de encerrar a carreira, participaria de um Boca x River, mesmo que genérico. É diferente, mas faz parte. Vamos em busca da nossa primeira vitória sobre o rival. Espero que a torcida dos dois clubes compareça a essa festa - falou Tuchê.
Júnior Tuché Boca Junior  (Foto: Felipe Martins/GLOBOESPORTE.COM) 
Júnior Tuché Boca Junior (Foto: Thiago Barbosa)
Sem virar a casaca?
A história de Boca Juniors e River Plate tem exemplos emblemáticos de jogadores que não levaram muito em conta a rivalidade e trocaram de camisa. Isso ajudou a apimentar ainda mais o clima hostil entre as partes. Batistuta trocou o time branco, preto e vermelho pelo azul e amarelo. Cannigia fez o mesmo e conseguiu a proeza de ser ídolo nas duas frentes. Mas em Sergipe, os jogadores que passaram por Boca e River nunca 'viraram a casaca'. Pelo menos na lembrança dos dirigentes dos dois clubes não consta este registro. Mas o antagonismo que já é tradição na Argentina ainda precisa de muitos ingredientes em Sergipe para ganhar o clima de rivalidade tão observado nos grandes clássicos. Boca-SE e River-SE terão tempo de sobra para construir tudo isso. Na noite desta quarta, escreverão apenas o primeiro capítulo desta que promete ser uma longa história.

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