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As
polícias do Senado e da Câmara identificaram quatro golpistas que, nos
últimos dois meses, aplicaram golpes por telefone em pelo menos dez
parlamentares. Os criminosos identificados já admitiram a prática em
depoimentos prestados às polícias legislativas e civis de Alagoas e
Sergipe, de onde partiam as ligações telefônicas para parlamentares de
diversas regiões.
Entre os lesados, estão os deputados Givaldo Carimbão (PSB-SE) e a
senadora Ana Amélia (PP-RS) - no caso da parlamentar gaúcha, uma ligação
foi feita em nome do colega Benedito de Lira (PP-AL) pedindo ajuda. A
senadora acreditou na história e depositou R$ 1,2 mil em uma conta
bancária de terceiros.
Os golpes, segundos investigações preliminares,
totalizaram R$ 20 mil. Nesta quarta-feira (6), a Polícia do Senado
anunciou que vai indiciar o grupo por formação de quadrilha e
estelionato - penas de um a três anos e de um a cinco anos de prisão,
respectivamente. Mas, uma vez condenados, eles podem ser obrigados a
prestar serviços comunitários, uma vez que os crimes são considerados
de baixo potencial ofensivo. Os integrantes da quadrilha não foram
presos, segundo a polícia, porque não foram pegos em flagrante.
O modus operandi do grupo já é velho conhecido de
investigadores e agentes de segurança. Dizendo estar a serviço de um
colega do senador ou deputado em questão, eles relatavam situações de
emergência em busca de ajuda financeira, como carros com problemas
mecânicos no interior do Brasil. Sensibilizado, o gabinete ou o
parlamentar acionado fazia a transferência de dinheiro na conta
fornecida pelos golpistas. Depois de detectado o golpe, agentes das
polícias legislativas passaram a alertar, por e-mail e telefone, todo os
parlamentares.
As investigações estão quase concluídas. O inquérito tramita
sigilosamente. As polícias querem descobrir agora como os fraudadores
conseguiram os números dos telefones dos parlamentares, entre outros
detalhes da prática criminosa. O caso deverá ser remetido à Justiça de
Sergipe ou Alagoas. Lá, o Ministério Público estadual poderá oferecer
denúncia contra os suspeitos. Se a denúncia for aceita pela Justiça,
eles se tornarão réus em processo criminal.
"Eles serão indiciados por formação de quadrilha e estelionato",
disse o diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Carvalho, ao Congresso em Foco.
O golpe não é novo. Na Câmara, ao menos um deputado de oposição pagou
R$ 1 mil, há alguns meses, a uma pessoa que se apresentava como
prestador de serviços de um aliado político.
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