Auxiliar do Samu afirma que recebeu informações desencontradas
Momento em que o senhor é removido para a ambulância (Fotos: Portal Infonet) |
Uma cena que comoveu dezenas de pessoas em uma das avenidas mais
movimentadas da capital. Na manhã desta sexta-feira, 15, de acordo com
informações de parentes da vítima, o proprietário de uma corretora de
plano de saúde, localizada na avenida Barão de Maruim, chegou ao
estabelecimento, mas ao abrir a porta escorregou e bateu a cabeça no
chão.
A partir deste momento, os familiares afirmam que Roque Santos de
Brito, de 52 anos, perdeu bastante sangue, mas estava acordado quando o
Serviço de Atendimento de Urgência e Emergência de Sergipe (Samu) foi
acionado.
A equipe do Portal Infonet estava passando pelo local quando
notou o desespero de populares e parentes que tentavam manter Roque
respirando. Ao descer do carro da reportagem presenciamos o desespero de
parentes que ligavam repetidas vezes para o Samu. No local, populares
também ligavam para o serviço.
A informação de populares é que o Samu demorou por mais de uma hora |
A filha da vítima dizia que era estudante de enfermagem e que o pai
ainda estava com vida. Com o passar dos minutos deitado no chão, sem
atendimento e perdendo muito sangue poderiam levá-lo a óbito. Parentes
foram avisados e de diversos pontos da cidade conseguiram chegar ao
local, no entanto, o Samu demorava.
Desesperados os filhos decidiram usar uma caminhonete para fazer o atendimento, foi nesta hora que o Samu chegou.
Somente às 8h15, segundo informou um dos parentes, uma ambulância do
Serviço de Suporte Básico chegou ao local. Sem médicos ou equipamentos
para reanimar o homem, os parentes ficaram revoltados e muitos passaram
mal com a cena.
Uma auxiliar de enfermagem explicou que recebeu a informação de que se
tratava de um acidente envolvendo moto e que a vítima estava consciente.
Ao entrar em contato com a Central de Atendimento para explicar a real
gravidade do fato, a auxiliar relatou que se tratava de um possível
óbito.
Parentes tentaram remover o senhor usando uma caminhonete |
O desespero tomou conta e a filha da vítima gritava para que o pai
fosse removido do local imediatamente para o atendimento. “Eu sou
estudante de enfermagem, vocês querem esperar que a outra ambulância
venha para que seja constatado o óbito e meu pai seja deixado aqui no
chão, mas ele não vai morrer aqui”, gritava.
Após a insistência de todos que estavam na cena, a equipe de Suporte
Básico do Samu removeu o senhor para dentro da ambulância. Com a chegada
de outra ambulância com plotagem de Suporte Básico, mas dessa vez com
uma médica foi que o óbito foi constatado. A filha da vítima chegou a
informar que Roque Santos apresentava problemas de pressão e
cardiovasculares, mas tudo era controlado.
Populares revoltados afirmam que a demora foi decisiva para o óbito.
“Eu fui um dos primeiros a chegar aqui. Trabalho na rua de Riachuelo e
estava passando por aqui quando notei ele caído no local, fui ajudar e
depois chegaram todos os parentes. A ambulância demorou mais de uma
hora. Ele morreu por falta de atendimento, isso não pode acontecer”,
lamenta Reginaldo Messias dos Santos.
Populares ajudam equipe de auxilar e motorista a colocar a vítima na ambulância
|
Quanto à demora para a chegada da ambulância do Samu as informações são
desencontradas. Outra testemunha afirma que chegou ao local às 7h40 e
os parentes da vítima já tinham acionado a ambulância que somente chegou
por volta das 8h15. A informação é de Manoel Sebastião de Oliveira que
passava pelo local para ir ao trabalho na rua de Santa Luzia.
O Portal Infonet encaminhou email para a assessoria de
comunicação da Secretaria de Estado da Saúde cobrando explicações sobre a
demora no atendimento, mas até o fechamento da matéria não teve êxito.
Sobre a plotagem da ambulância a equipe do Samu informou que se tratava
de uma ambulância de Suporte Avançado, mas que a pintura estava errada.
Por infonet.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário