Desde o anúncio da renuncia do Papa Bento XVI na última segunda-feira,
que muito tem se falado, comentado e escrito sobre o assunto. É preciso
entender que o que está em discussão não é a descoberta do motivo que o
levou a esta decisão. Se for por problema de saúde ou não, ou pelo
desgaste da Igreja que aumentou nos últimos anos.
O certo é que os cardeais da Igreja Católica vão decidir se querem
continuar com o velho caminho, cercado por velhos dogmas, ou mudar o
rumo, apostando numa renovação que propiciei a Igreja Católica
fortalecer seus fieis, mas ao mesmo tempo mantendo os alicerces
principais do cristianismo.
O titular deste espaço estudou por duas vezes no Colégio Salesiano,
numa delas, em 1978, lembra da morte de dois papas. O primeiro, Paulo
VI, de morte natural (papado de 15 anos) e João Paulo I, que ficou
apenas um mês, por conta de uma morte que até hoje suscita várias teses,
uma delas de assassinato.
Há 35 anos, o papado de João Paulo I, não seria apenas inovador porque
iria expor publicamente um escândalo sem precedentes no banco do
Vaticano. João Paulo I tinha um perfil progressista e levaria a Igreja
Católica para uma renovação importante através da revisão de posições
tradicionais. Essa renovação foi adiada, e, embora carismático, o
sucessor, o papa João Paulo II, teve um papado moderador (27 anos), onde
as polêmicas não foram enfrentadas como deveriam. Seu carisma foi o
principal alicerce para esconder exteriormente o que ocorria
internamente dentro da Igreja.
Com a morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI, em 2005, nada
mudou nas convicções, já que o novo papa era o braço direito do
anterior. Porém, Bento XVI não tem o mesmo carisma de João Paulo II e
pode-se ser chamado de conservador radical com diversas declarações que
acenderam ainda mais os problemas da Igreja Católica. Sem falar dos
escândalos, envolvendo padres em todo o mundo expostos pela imprensa.
Depois da morte de João Paulo I, passando pelos 27 anos do papado de
João Paulo II e os oito do atual papa, a Igreja Católica perdeu muitos
fieis para outras religiões. O Brasil é um exemplo do que vem ocorrendo.
Pelo último censo, de 2010, 64,6% da população declarou-se católica. Em
1970 era 91,8% e em 2000, 73,6%. Ou seja, em 10 anos (2000 a 2010) o
número de católicos reduziu em 9%.
O Papa Bento XVI renunciará em 28 de fevereiro. O mundo espera que o
futuro papa não seja novo apenas por conta da cor (um negro, que defende
a pena de morte para os gays está entre os mais cotados) ou pela
nacionalidade.
Toda população mundial, independente de religião, torce para que o novo
comandante da Igreja Católica coloque em prática as mudanças que foram
adiadas há 35 anos, com a morte repentina do progressista João Paulo I.
Com certeza, se tivesse realmente assumindo o comando da Igreja o número
de fieis não teria caído desta forma.
Que o novo papa chegue. E suas ações sirvam de exemplo para todas as
outras religiões. Que é preciso rejuvenescer, mas sem deixar de lado a
essência do cristianismo.
Que todos possam gritar de verdade em latim: “Habemus papam!" Que traga
a verdadeira “renova tio” (renovação) para a Igreja Católica.
por http://www.infonet.com.br/claudionunes
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