Como resposta para as manifestações que tomaram as ruas das
principais cidades brasileiras, nas últimas semanas, a presidente Dilma
voltou a reforçar a necessidade de se usar o dinheiro dos royalties
A proposta apresentada pela presidente
Dilma Rousseff de usar os recursos arrecadados com os royalties do
petróleo para turbinar os investimentos na educação — o projeto aprovado
esta semana, no Congresso, também destina 25% do montante para a área
da saúde — pode demorar a surtir efeitos práticos para a maioria dos
municípios. Apesar do grande volume arrecadado com a extração, e da
expectativa de aumento da produção em novas áreas, a regra atual mantém
cerca de 80% da riqueza nos estados produtores, casos do Rio de Janeiro,
do Espírito Santo e de São Paulo, em menor escala. Apenas os contratos
futuros representarão rendas extras para se investir na educação e na
saúde nas outras unidades da Federação, pois a discussão sobre o mérito
da lei aprovada, que torna a divisão mais equilibrada, está parada no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Os recursos devem começar a chegar
somente a partir de 2020, uma vez que, entre a licitação de um novo poço
até a extração do petróleo, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estima
um período médio de seis a sete anos. Como resposta para as
manifestações que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras,
nas últimas semanas, a presidente Dilma voltou a reforçar a necessidade
de se usar o dinheiro dos royalties e apontou a medida como um dos cinco
pactos firmados com prefeitos e governadores.
No entanto, caso o montante a ser usado
fique restrito aos poços licitados a partir de dezembro de 2012, o
dinheiro para estados e municípios chegará a longo prazo. Isso porque as
empresas que vencem as licitações têm um período de até três anos para
realizar estudos técnicos nas regiões a serem exploradas, depois, há
mais um período igual para a instalação das plataformas de extração. O
líder do bloco governista no Senado, Wellington Dias (PT-PI), admite que
a eficácia da proposta dependerá da votação no STF, mas considera um
avanço a confirmação de que as verbas chegarão para prefeitos e
governadores já carimbadas para áreas essenciais.
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