Brasil vive uma guerra diária com dezenas de mortos
“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.
O Brasil vive uma guerra diária. Uma guerra que para muita gente já
virou rotina. Estima-se que cerca de 160 pessoas morrem diariamente no
trânsito brasileiro. Um número estarrecedor. Ou seja, 5 mil pessoas
mensalmente.
E pelo jeito é preciso não apenas aumentar a punição e a penalização
dos infratores, mas também investir macicamente na educação.
Sergipe não está fora dessa realidade, pelo contrário. O número de
jovens mortos no trânsito também é assustador. Não só de motos (leia-se
também ciclomotores), mas também nos carros. O acidente que vitimou três
jovens no último final de semana na rodovia Sarney em Aracaju é apenas
mais um para aumentar a estatística. Todos lamentam, todos ficam
indignados com a tragédia, mas depois esquecem. E é só esperar a próxima
tragédia para uma nova indignação.
Muita gente pensa que o Brasil está perdendo seus jovens para as
drogas, principalmente o crack, mas o trânsito mata muito mais
diariamente. E quando não mata deixa sequelas profundas, principalmente
nos acidentes com motos. Basta conversar com um médico da área de trauma
do Hospital de Urgência GJAF, para ter uma ideia de quantos jovens
estão tetraplégicos, paraplégicos ou com sequelas para toda a vida.
A morte de jovens no trânsito já virou uma calamidade. Você caro
leitor, não é difícil lembrar de um amigo ou conhecido que morreu no
trânsito.
E as mortes deixam traumas para todos familiares e amigos. O trânsito
está acabando com a ordem natural da vida, dos filhos e netos enterrarem
seus pais e avós. É contrário, agora os pais e avós têm que enterrar
seus filhos e netos.
Na missa do último domingo, na Paróquia Santa Tereza de Ávila (conjunto
Santa Tereza), o padre Manoel Barbosa Santos pediu aos fieis para
refletirem. Ao ler um trecho da missa onde dizia “Vinde amparar os pais e
mães que perdem seus filhos”, ele lembrou que ao expor para outros
padres que está realizando muitas missas em velórios de jovens, foi
informado que todos os colegas também estão tendo essa preocupação.
O blog sempre defendeu os radares, pardais e lombadas eletrônicas como
forma de diminuir os acidentes. Porém é preciso mais: campanhas e a
obrigatoriedade da educação no trânsito nas escolas. E o fim da
impunidade. É preciso uma punição severa para o infrator.
Chega de pressa, de competitividade, de irresponsabilidade no trânsito.
Até quando a sociedade e os governantes aceitarão passivamente a morte de tantos jovens diariamente?
por claudio nunes
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