Tudo bem que a ideologia partidária morreu há algum tempo no Brasil. Tudo bem que o governador Marcelo Déda montou um governo de coalizão e nunca será realmente de esquerda como sonhava a maioria dos sergipanos quando o levou ao poder no ano 2006. Tudo bem que muitas das mudanças prometidas viraram palavras ao vento. Porém, Marcelo Déda muitas vezes esquece que suas palavras não são apenas de um cidadão, mas de um governador que tem algumas obrigações, entre elas, não incentivar e muito menos estimular a ilegalidade.
Ontem, 20, ao conceder entrevista na emissora FM Liberdade, ao programa de George Magalhães, o governador questionado sobre a decisão do PT em pedir na Justiça Eleitoral o mandato do vereador Robson Viana, que foi para o PMDB, disse que vai conversar com o presidente estadual do PT, “ já que Robson foi para um partido da base aliada”.
E no passado recente, ao conceder entrevistas sobre a reforma partidária sempre defendeu alguns pontos como o financiamento público das campanhas, a clausula de barreira e a fidelidade partidária. Lamentavelmente parece que ele mudou de opinião com relação a fidelidade partidária, que é defendida pelo Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação, já que pregava acima de tudo, que era um partido ideológico.
O governador deveria rever sua declaração. Um governante e, sobretudo um republicano, não pode pregar a ilegalidade. Se não gosta da lei da fidelidade, lute para mudá-la. Mas jamais estimular o famoso “jeitinho brasileiro”. Tem que defender os princípios democráticos e republicanos.
Ainda bem que para que a lei da fidelidade seja respeitada não é necessário apenas que o partido prejudicado ingresse na justiça. A Procuradoria Regional Eleitoral fará a sua parte. Não só em nome da sociedade, mas, também em defesa dos pilares republicanos.
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