Investigações iniciaram após denúncias do Sintese
Coletiva na sede da Polícia Federal (Fotos: Portal Infonet) |
As prisões do ex-prefeito de Capela, Manuel Sukita, da esposa Silvany
Yanina Mamlak, da irmã, Clara Miranir Santos e do ex-secretário de
Finanças, José Edivaldo dos Santos foram detalhadas em entrevista
coletiva na tarde desta terça-feira, 3 na sede da Polícia Federal. Eles
vinham sendo investigados há um ano pelo desvio de verbas federais da
Prefeitura. No início da noite, eles foram levados ao IML para exames de
corpo de delito e nesta quarta-feira, 4 serão transferidos para o
Compecan [São Cristóvão] e Presídio Feminino [Socorro].
Os crimes de lavagem de dinheiro e improbidade administrativa foram
investigados pela Polícia Federal, Ministérios Públicos Federal e
Estadual, Receita Federal, Controladoria Geral da União e Secretaria de
Segurança Pública de Sergipe.
Entre as acusações, a de depósito em contas fantasmas, saques indevidos de dinheiro em espécie no caixa de um banco de Capela e simulação de pagamentos já feitos.
Lívia Tinoco, representante do MPF |
De acordo com o superintendente Regional da Polícia Federal em Sergipe,
José Grivaldo de Andrade, a operação denominada POP, teve por
finalidade apurar desvios de verbas federais.
“Foi um trabalho investigativo junto com a CGU, que constatou
irregularidades e no decorrer da investigação foram aparecendo alguns
indícios”, ressalta.
O delegado de Polícia Federal e chefe
do Grupo de Repressão a Crimes Financeiros, Roberto Laureano Curi,
afirmou que em virtude da falta de precisão das informações na
contabilidade das empresas que pertencem ao ex-prefeito e nas contas da
prefeitura durante a sua gestão, além dos indícios de destruição de
provas, não é possível saber quanto foi desviado. “A Polícia Federal
entende que pelo menos 50% do patrimônio declarado nas contas de cada um
dos investigados seja produto do crime”, ressalta acrescentando que os
valores sacados por meio de recursos federais iam para as contas dos
envolvidos ou para bens pessoais.
Daniela Garcia ( Foto: arquivo Portal Infonet) |
Ele explicou que a operação recebeu o
nome POP por conta do modo de atuação dos envolvidos. “O Procedimento
Operacional Padrão é comumente utilizada em linhas de produção
industrial, quando os indivíduos agem sempre de modo parecido e com
liberdade, mas respeitando os padrões básicos. Neste caso nós percebemos
que os quatro investigados atuavam de modo muito semelhante no processo
de lavagem de dinheiro”, diz.
Sintese
A procuradora-chefe do Ministério Público Federal, Lívia Tinôco,
informou que as investigações tiveram início há cerca de um ano, após
denúncias do Sintese (Sindicato dos Trabalhaores em Educação no Estado
de Sergipe).
Momento em que Sukita assina mandado no apartamento (Foto divulgada nas redes sociais) |
“O Sintese denunciou o desvio de verbas do Fundeb em Capela e as
investigações foram iniciadas. Os relatórios técnicos comprovaram que
recursos de convênios de programas federais com o Município teriam sido
desviados. Foram R$ 600 milhões provenientes do Ministério do
Desenvolvimento Agrário para obras de esgotamento sanitário, R$ 1,225
milhão do FNDE que deveria ser usado para aquisição de ônibus escolares e
verbas do Penad”, diz.
Ela disse ainda que as prisões não serão temporárias. “Serão prisões
preventivas e é provável que se estendam até o julgamento ou depois
dele, não existe um prazo certo, vai depender do Judiciário, dos
habeas-corpus”, acrescenta Lívia Tinôco.
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