Até o início da manhã desta quarta-feira
(4), o ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Santos, o Sukita, e outras
três pessoas, o ex-secretário de Finanças do município, José Edivaldo
dos Santos, a ex-primeira dama e secretária municipal, Silvany Yanina
Mamlak, e a empresária e irmã de Sukita, Clara Miramir Santos, ainda não
haviam seguido para os presídios aos quais seriam destinados na noite
de ontem.
De acordo com informações passadas ao programa Liberdade Sem Censura,
da Rádio Liberdade, os quatro presos na Operação POP, realizada nesta
terça-feira (3) em Capela e em Aracaju, ainda estão na 3ª Delegacia
Metropolitana, localizada no bairro Santos Dumont, na capital sergipana.
Segundo informações da polícia, os dois homens seriam encaminhados
para o Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto, no município de
São Cristóvão, enquanto as duas mulheres encaminhadas ao presidio
feminino, em Nossa Senhora do Socorro. Sukita, como não tem nível
superior, ficaria em cela comum. Já os demais teriam direito a cela
especial em seus respectivos presídios.
Sergipe 247 - As
investigações do Departamento de Combate ao Crime Contra a Ordem
Tributária e Administração Pública (Deotap) da Polícia Civil de Sergipe
constataram em três inquéritos policiais instaurados ao longo de um ano
de trabalho, que o ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita Santos
(PSB) e mais três pessoas do seu núcleo familiar e profissional foram os
responsáveis pelo desvio de cerca de R$ 3 milhões das contas da
prefeitura da cidade.
No âmbito federal as investigações
inciaram a partir de uma denúncia do Sindicato dos Professores do Estado
(Sintese) ao Ministério Público Federal sobre desvios dos recursos do
Fundeb. No Estado, as primeiras investigações foram requisitadas pelo
Ministério Público Estadual ao Deotap. As informações detalhadas sobre
as prisões e os inquéritos instaurados pelo Deotap foram repassadas na
tarde desta terça-feira (3), pela delegada Danielle Garcia.
Segundo ela, dos três inquéritos, dois
foram instaurados por requisição do Ministério Público Estadual e um a
pedido do atual prefeito do município de Capela. Danielle ressaltou que
há provas robustas de que Sukita e José Edivaldo dos Santos,
ex-secretário municipal de Finanças da Prefeitura, sacaram nos últimos
dois dias do ano de 2012, R$ 1 milhão em espécie diretamente no caixa de
uma agência bancária de Aracaju.
Em um dia foi sacado R$ 500 mil e 24
horas depois mais R$ 500 mil. “10 dias antes de efetuarem o saque, o
prefeito comunicou o gerente do banco que faria a retirada do dinheiro
das contas da prefeitura e que a importância seria para pagar
fornecedores. Tudo foi filmado pelas câmeras de segurança do banco,
houve testemunhas e o saque foi comunicado ao Coafi. Ocorre que os
fornecedores ouvidos afirmam que nunca receberam esse dinheiro”, disse.
Outro desvio de R$ 980 mil teria
ocorrido por meio de uma transferência ilícita para uma construtora e
outros R$ 800 mil foi registrado por meio de empréstimos consignados,
que não foram repassados ao banco e o dinheiro acabou desaparecendo.
As contas bancárias de Manoel Messias
Sukita Santos, da ex-primeira dama e secretária municipal, Silvany
Yanina Mamlak, do ex-secreário de Finanças, José Edivaldo dos Santos, e
da empresária Clara Miramir Santos foram bloqueadas pela Justiça Federal
com o intuito de reaver o rombo às contas públicas ao município.
A delegada cita casos de algumas
empresas do ex-prefeito, a exemplo, da rádio Mega FM, que era um
concessão em nome da irmã de Sukita, além de outras empresas
particulares (Sukita Veículos, SMV) que eram utilizadas para lavar
dinheiro de forma privada.
“Essas contas não se misturavam com as
contas públicas. Dentro da contabilidade pública da prefeitura
identificamos contas fantasmas que eram utilizadas para desvio de
dinheiro da própria prefeitura e para saque e posterior sumiço desses
valores”, detalhou.
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