Júlio César pegou duas cobranças e salvou seleção de vexame
Brasil sofreu, mas sobreviveu (foto: Rodrigo Villalba/ FuturaPress) |
“Em caso de crise, chama o Chile que resolve”, dizem certos sabichões.
Não foi bem assim na tarde deste sábado, 28. No jogo mais sofrido de
toda a Copa até aqui, a seleção brasileira quase foi ao desespero para
segurar o empate em 1 a 1 com o Chile, por pouco não se complicou na
prorrogação, e teve de resolver tudo nos temidos pênaltis. Na sempre
imprevisível decisão de cobrador vs. goleiro, brilhou a estrela de Júlio
César, que catou duas cobranças e ajudou o Brasil a vencer por 3 a 2.
Com o resultado, a seleção está classificada para as quartas de final e
pegará a Colômbia.
Primeira etapa
No início, o Chile mostrou a que veio e pressionou com dedicação a
saída de bola brasileira. Mas a torcida mineira, a mais vibrante da Copa
até aqui, empurrou os brazucas. E logo aos cinco minutos, após sobra do
escanteio, Marcelo pegou bem de fora da área e mandou a bola rente ao
lado esquerdo do gol. Sete minutos depois, Hulk foi calçado por Isla
dentro da área, mas o juiz não deu nada. O gol, entretanto, sairia
quando ninguém esperava – e com participação decisiva de quem quase nem
seria escalado.
Brasil sentiu o gol de empate (foto: Rodrigo Villalba/ FuturaPress) |
Aos 17 minutos, Neymar cobrou escanteio, Thiago Silva tocou de cabeça
para trás e Jara tocou para dentro do gol com a canela, mas o juiz deu
gol para o brasileiro mais próximo: David Luiz, até o último minuto
dúvida na escalação para o jogo. Brasil 1 a 0. Com os brazucas na
frente, Neymar se empolgou e mostrou que mesmo marcado por três
conseguia articular jogadas pela esquerda. Aos 25, o camisa 10 ganhou do
marcador na corrida, mas o chute cruzado saiu fraco.
A alegria brasileira, entretanto, não durou nem quinze minutos. Aos 32,
Hulk devolveu a bola errado próximo à área brasileira. Vargas ficou com
a redonda e serviu Sanchez, que entrou na área e chutou no canto. Julio
César, que caiu atrasado, não pegou: 1 a 1. De imediato, a torcida
gritou “Brasil, Brasil”, mas logo em seguida se aquietou.
Aos 35, Neymar cabeceou com perigo, mas a bola saiu prensada pela linha
de fundo. Aos 39, Neymar disparou pela esquerda, tentou se livrar da
marcação, mas a bola parou nos pés de Fred, que chutou por cima do gol
de Bravo. Aos 42, Daniel Alves arriscou chutou de longe, mas Bravo,
atento, espalmou.
Seleção pouco criou na segunda etapa (foto: Rodrigo Villalba/ FuturaPress) |
Segundo tempo
Apesar de criar mais chances que o Chile, o Brasil, assustado e abatido pelo gol, voltou sem vibração no segundo tempo. Já o Chile rondava a área brasileira, mas parecia conformado com o resultado. E a primeira chance da segunda etapa foi verde-e-amarela: aos quatro minutos, Fernandinho arriscou de longe e mandou à esquerda do gol.
Apesar de criar mais chances que o Chile, o Brasil, assustado e abatido pelo gol, voltou sem vibração no segundo tempo. Já o Chile rondava a área brasileira, mas parecia conformado com o resultado. E a primeira chance da segunda etapa foi verde-e-amarela: aos quatro minutos, Fernandinho arriscou de longe e mandou à esquerda do gol.
Aos 9, Hulk recebeu lançamento, ajeitou com o braço e completou o lance
com gol, mas o juiz anulou. O Chile respondeu com perigo aos 19,
quando Isla cruzou rasteiro da linha de fundo e Aranguiz finalizou com
contundência, quase caído. Na sequência, porem, Julio Cesar fez grande
defesa. Lá na frente, o Brasil continuou criando pouco.
Mas em um cochilo da defesa chilena aos 28, Hulk disparou pela esquerda
e cruzou para Jô. O camisa 21, porém, não alcançou a bola e levou a
torcida ao desespero. Aos 34, novo ataque brasileiro: Daniel Alves
cruzou da direita e Neymar cabeceou no meio do gol em cima de Bravo.
Frágil emocionalmente, o Brasil mostrou enorme dependência dos erros de
saída do adversário, o que não aconteceu – e o juiz soou o temido apito
final.
Júlio César: instinto funcionou na hora certa (Ian Walton/ Getty Images) |
Prorrogação
Logo no começo aos 9, Jô recebeu na área, mas chutou prensado. Aos 11, Hulk cruzou da esquerda, Oscar cabeceou, mas Bravo pegou. Pouco depois, o próprio Hulk deu uma de Robben, limpou para o meio, chutou no gol, mas Bravo espalmou. Mesmo assustada com a indefinição, a torcida começou a gritar “eu acredito”.
Logo no começo aos 9, Jô recebeu na área, mas chutou prensado. Aos 11, Hulk cruzou da esquerda, Oscar cabeceou, mas Bravo pegou. Pouco depois, o próprio Hulk deu uma de Robben, limpou para o meio, chutou no gol, mas Bravo espalmou. Mesmo assustada com a indefinição, a torcida começou a gritar “eu acredito”.
Aos 15 minutos, o Brasil inteiro prendeu a respiração com a bola na
trave de Aranguiz depois de um incrível vacilo da defesa brasileira.
Logo depois, em contra-ataque brasileiro, Neymar serviu Hulk na direita,
mas o camisa 7 bateu prensado. Quando faltava um minuto, os dois times
se entregaram até não haver tempo para mais nada.
Pênaltis
David Luiz foi o primeiro. Sem frescura, o camisa 4 bateu no canto esquerdo e converteu: 1 a 0. Já Pinilla foi confiante demais, bateu no meio e Júlio César catou. Na sequência, Willian pegou muito mal na bola e colocou pra fora. Na cobrança de Sanchez, Julio Cesar catou outra e levou o estádio ao delírio. Já Marcelo bateu alto, e mesmo com toque do goleiro, que espalmou, a bola entrou: 2 a 0. No pênalti chileno, Aranguiz cobrou no ângulo e converteu: 2 a 1.
David Luiz foi o primeiro. Sem frescura, o camisa 4 bateu no canto esquerdo e converteu: 1 a 0. Já Pinilla foi confiante demais, bateu no meio e Júlio César catou. Na sequência, Willian pegou muito mal na bola e colocou pra fora. Na cobrança de Sanchez, Julio Cesar catou outra e levou o estádio ao delírio. Já Marcelo bateu alto, e mesmo com toque do goleiro, que espalmou, a bola entrou: 2 a 0. No pênalti chileno, Aranguiz cobrou no ângulo e converteu: 2 a 1.
Na vez do Brasil, Hulk chutou no meio e Bravo interveio. Então Diaz
cobrou no meio e empatou para o Chile: 2 a 2. Já a última cobrança do
Brasil tinha que ser dele, Neymar, que fez a célebre caminhada, mirou o
gol e tocou no canto direito: 3 a 2. Então veio Jara, com tranquilidade,
para mandar a bola chilena...na trave. Resultado: 3 a 2 Brasil diante
de uma multidão sofrida e extasiada no Mineirão.
FICHA TÉCNICA
Brasil 1 (3) x (2) 1 Chile
Gols: David Luiz (18’ 1T), Sanchez (32’ 1T)
Pênaltis: David Luiz, Marcelo, Aranguiz, Diaz, Neymar
Gols: David Luiz (18’ 1T), Sanchez (32’ 1T)
Pênaltis: David Luiz, Marcelo, Aranguiz, Diaz, Neymar
BRASIL
1 Julio César, 2 Daniel Alves, 3 Thiago Silva, 4 David Luiz, 5 Fernandinho (16 Ramires), 6 Marcelo, 7 Hulk, 17 Luis Gustavo, 10 Neymar, 11 Oscar (19 Willian), 9 Fred (21 Jô)
1 Julio César, 2 Daniel Alves, 3 Thiago Silva, 4 David Luiz, 5 Fernandinho (16 Ramires), 6 Marcelo, 7 Hulk, 17 Luis Gustavo, 10 Neymar, 11 Oscar (19 Willian), 9 Fred (21 Jô)
CHILE
1 Bravo, 2 Mena, 4 Isla, 5 Silva, 7 Sanchez, 8 Vidal (9 Pinilla), 11 Vargas (16 Gutierrez), 17 Medel (13 Rojas), 18 Jara, 20 Aranguiz, 21 Diaz
1 Bravo, 2 Mena, 4 Isla, 5 Silva, 7 Sanchez, 8 Vidal (9 Pinilla), 11 Vargas (16 Gutierrez), 17 Medel (13 Rojas), 18 Jara, 20 Aranguiz, 21 Diaz
Cartões amarelos: Mena, Silva, Hulk, Luiz Gustavo, Pinilla, Daniel Alves
Público: 57.714
Público: 57.714
Por Igor Matheus
De Belo Horizonte
De Belo Horizonte
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