Mesmo sendo acusado de “prefeito virtual e maior formador de quadrilha”, pela vereadora Lea Sobral, Manoel Sukita diz que não irá processa-la.
O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação de improbidade administrativa contra o atual prefeito do município sergipano de Capela, Manoel Messias Sukita Santos, por cometer atos ilícitos na administração pública de verbas repassadas pelo Ministério da Educação. O valor total do prejuízo financeiro chega a mais de R$ 100 mil.
Segundo denuncias do MPF, as irregularidades aconteceram na utilização de verbas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate). As verbas federais foram repassadas para o município em 2007 e ficou constatado que houve superfaturamento nos preços dos produtos adquiridos, fracionamento indevido de despesas para a compra de gêneros alimentícios e pagamentos efetuados a empresas com recursos do Pnae sem a realização de licitação.
Na manha desta terça-feira (10), Sukita concedeu entrevista ao radialista George Magalhães, no programa Liberdade sem Censura, para explicar as denuncias. Segundo o prefeito, as acusações ocorreram porque ele efetuou compras de produtos alimentícios para a merenda escolar,e que a variação de preços teria acontecido, porque alguns produtos eram de boa qualidade, a exemplo da carne. “Como posso ser processado pela diferença de 15, 20 centavos em cada quilo de alimento. Isso é natural, é só fazer compras em um supermercado para ver que há diferenças de preços. Não tem jeito, como é que o prefeito pode controlar isso? Eles apresentam diferenças pequenas nos preços: um quilo de açúcar que custa R$ 1,60, dizem que eu deveria ter comprado por R$ 1, 27. Houve processo de licitação e na hora eles não contestaram e depois de tanto tempo querem pegar uma administração como a nossa, com 74% de aprovação na Educação e jogar no lixo por causa de centavos”, reclamou o prefeito.
Enquanto explicava, Manoel Sukita chorou e reclamou que tem sido vitima de uma “perseguição implacável” por parte da oposição. “Eu cheguei a pensar em terminar esse mandato e não falar mais em política. Eu sou um homem que veio da pobreza, sou arrimo de família. Sou eu quem cuida da minha mãe e de mais 56 sobrinhos. Não aceito ser chamado de ladrão. Tudo que tenho foi fruto de meu suor e tudo que tenho hoje é um carro bom e minha família. Eu fui lavador de carro e passei fome”, disse Sukita e aproveitou para contar de sua pobreza de infância, a exemplo do que faz em todas as entrevistas, onde faz questão de frisar que “era pobre, lavador de carro e passou fome”.
A ex-prefeita e atual vereadora, Lea Sobral, não gostou das declarações de Sukita e pediu para participar da entrevista e a partir daí, a vereadora não poupou acusações contra Sukita, chegando a afirmar que o prefeito “é o maior formador de quadrilha”. Leia acusou o prefeito de enriquecimento ilícito, afirmando que Manoel Sukita enriqueceu após assumir o comando da prefeitura e que ele, (Sukita), enriqueceu também os irmãos. Segundo a vereadora, Manoel Sukita tem “laranjas”, que são usados para o seu enriquecimento. Leia disse ainda Sukita é um prefeito virtual. “Você é um mentiroso e um desqualificado. Você é um prefeito virtual. Você está precisando procurar um terapeuta. Um psiquiatra. Você está construindo uma mansão em Capela. Seus irmãos estão rico graças a você. É preciso que a policia federal investigue tudo isso. É preciso que a receita faça uma devassa e ai vai ver o que acontece”, acusou a vereadora Leia, afirmando que não aceita que o prefeito desqualifique seus antecessores.
Indagado se iria processar a vereadora, Manoel Sukita disse que não pensa nisso e que “entrega tudo a Deus”, pois segundo ele a ex-prefeita “só sabe fazer tragédia”.
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