A ilegalidade da greve foi decretada no último dia 4 de junho
Ângela Melo recebe notificações das mãos do oficial do Tribunal Pleno Ginaldo Reis e... (Fotos: Aldaci de Souza/Portal Infonet) |
“Eu tenho colocado que a Justiça em Sergipe toma decisões muito mais
políticas, do que jurídicas. Espero que um dia a Justiça de Sergipe, ela
tenha a autonomia e a liberdade que hoje tem o Supremo Tribunal
Federal. Nós acalentamos esse sonho e quem sabe nós vamos conseguir que
em Sergipe as decisões não sejam políticas”.
A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira, 11, pela presidente
do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe
(Sintese), Ângela Melo, ao assinar a notificação da Justiça, dando conta
da ilegalidade da greve que completa 60 dias.
De acordo com a professora, mesmo tendo assinado a notificação
judicial, a programação prevista segue normalmente. “Nossa vida continua
na normalidade da greve. A greve continua, hoje nós faremos uma vigília
na Assembleia Legislativa, se o tempo permitir nós continuaremos
colocando adesivos nos carros pedindo a Déda que pague o Piso dos
professores e que temos tido uma aceitação muito boa por parte da
sociedade sergipana, que vem sendo solidária e afetiva aos professores”,
ressalta.
... assina |
Sem medo
Indagada pela reportagem do Portal Infonet se os professores
não temem a Justiça e o Governo, Ângela Melo foi enfática: “Não, em
hipótese alguma. Nós estamos no estado democrático de direito e enquanto
cidadãos, vamos estar cumprindo o nosso papel, de pessoas que foram
aviltadas na sua profissão. O Governo tomou um passo para a
desvalorização dos professores do Estado de Sergipe e nós vamos
continuar na luta, sem medo de Governo, sem medo de Justiça sem medo da
imprensa.
O oficial do Tribunal Pleno Ginaldo Reis chegou cedo à sede do Sintese à
rua Campos, com a notificação da ilegalidade da greve dos professores.
“Semana passada eu estive aqui, mas nem a presidente, nem a vice,
estavam para assinar os documentos. Com isso, marquei para às 8h30 desta
segunda-feira, 11”, destaca.
A notificação é em cumprimento à decisão da desembargadora Suzana Maria Carvalho,
emitida no último dia 04 de junho, determinando que os professores da
rede estadual de ensino retornem às aulas, sob pena de pagamento de
multa diária no valor de dez mil reais. A juíza deferiu pedido de tutela
antecipada requerida pelo Estado para suspender o movimento paredista,
“considerando que o direito público subjetivo à Educação sofre violação
com a greve”.
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