Sanfoneiro é reconhecido pela capacidade de improviso no palco
O município de São Domingos, mais conhecido no estado pela sua tradição
em produzir farinha, é o berço de um dos mais talentosos sanfoneiros
sergipanos. Soenildo Santos Mendonça, o ‘Cobra Verde’, já é um músico
bastante respeitado no meio artístico. A prova disso é a presença do
artista em shows de Adelmário Coelho, Calcinha Preta e Cabeça de Frade.
Seu trabalho é caracterizado pela mistura de vários elementos da música
nordestino, incluindo o pífano, xote, forró e o aboio, sem esquecer a
tradicional sanfona. A capacidade de improviso no palco e as releituras
de canções dos mestres Dominguinhos e Luiz Gonzaga são bastante
elogiadas pela crítica. Momentos antes de sua apresentação no Palco
Gérson Filho, Cobra Verde conversou com a equipe do São João Infonet.
Portal Infonet: Você começou a tocar aos 10 anos, seguindo os
caminhos de seu pai, lá em São Domingos. Como surgiu a ideia de também
ser músico?
Cobra Verde: Desde pequeno eu gostava de acompanhar
meu pai nas festas em que ele tocava. A música já é uma tradição
familiar. Como tinha um tio que tocava sanfona, pedi que ele me
ensinasse a tocar o instrumento. Consegui aprender e em pouco tempo já
fui convidado a participar dos shows da banda Cabeça de Frade. Foi uma
coisa natural.
Portal Infonet: E qual a origem do nome Cobra Verde?
CV: Esse era o apelido do meu pai. Quando estava na
Cabeça de Frade, os músicos diziam que eu precisava utilizar um nome
artístico, pois Soenildo era muito feio. Então, alguém da banda sugeriu
que eu usasse ‘Cobra Verde’, que já era uma expressão familiar.
Portal Infonet: Seu trabalho é caracterizado misturar elementos
do forró, como o triângulo, a zabumba e a sanfona, ao pífano, baixo,
percussão e cavaquinho. De onde vem a influência para criar algo tão
particular?
CV: Sempre acompanhei a trajetória de mestres como
Dominguinhos, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga. Desde
pequeno tenho contato com a obra desses artistas e busco sempre ‘beber
nessas fontes. Não posso deixar de citar também a influência do meu pai e
do meu tio, que foram os meus grandes incentivadores.
Portal Infonet: Em 2010, você foi convidado a apresentar um de
seus trabalhos, o Forró do Cobra Verde, na Europa. Como foi essa
experiência?
CV: Fui surpreendido com um convite do cineasta Demien
Chemim, que tinha uma proposta de divulgar a música sergipana na
Europa, já que ele havia pesquisado bastante esse tema. Passei 20 dias
na Bélgica e outros 15 na Argentina, Portugal, Espanha e França. Foi uma
oportunidade muito boa para aprender sobre essas culturas.
Por Wellington Amarante/infonet.com.br
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