Os delegados Nilson Antunes e Kilma Caminha investigam o caso.(Reprodução)
Horas depois de o irmão de Mução assumir
a culpa pelo envolvimento no esquema investigado pela Operação
Dirty-Net, o radialista teve o pedido de prisão temporária revogado e
deixou a sede da Polícia Federal de Pernambuco, no Cais do Apolo, Bairro
do Recife, em um carro particular, na noite dessa sexta-feira (29), por
volta das 22h. Ele deverá falar com a imprensa neste sábado.
De acordo com a Polícia Federal, o irmão
do radialista, cujo nome não foi divulgado, teria confirmado que
utilizava os computadores e dispositivos eletrônicos de Rodrigo Vieira
Emerenciano, de 35 anos, o Mução, para criar perfis de usuários, contas
de e-mails e transferir dados.
A delegada que investiga o caso, Kilma
Caminha, disse que Mução ficou bastante emocionado ao saber que o irmão
confessou o crime. A suspeita de que uma outra pessoa utilizava os
computadores do radialista para o envio de vídeos e imagens contendo
pornografia infantil surgiu durante o depoimento de Mução.
“Diante dos fatos, ele [Rodrigo Vieira]
chegou à conclusão de que a única pessoa que teria acesso às residências
e ao escritório dele seria o irmão”, afirmou. A partir disso, segundo
Kilma, foram realizadas buscas e verificou-se a possibilidade de que o
novo suspeito tenha criado perfis falsos com dados do irmão e acessado
conteúdos de pedofilia na internet.
O conteúdo do iPhone e de um tablet
apreendidos em Fortaleza com o radialista serão analisados no Recife.
Mídias como CDs, DVDs, e HD também foram recolhidas do escritório do
humorista na capital pernambucana para a investigação.
Em depoimento à PF, o irmão do
radialista, que trabalhava na produção do Programa do Mução, assumiu a
responsabilidade pela participação no esquema que conta com envolvidos
em 11 estados e no Distrito Federal.
A delegada Kilma Caminha informou que o
irmão do comunicador pode pegar de quatro a dez anos de reclusão por
disponibilizar imagens de crianças e adolescentes na internet, segundo o
artigo 241 B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ao todo, a Operação Dirty-Net cumpriu
quatro mandados de busca e apreensão, três sendo da Justiça Federal do
Ceará e um da Justiça Federal de Pernambuco. Os outros dois presos no
Ceará, que não tiveram seu nomes divulgados assim como o pernambucano,
também foram encaminhados à sede da Polícia Federal no Recife.