No Hospital João Alves Filho pessoas aguardam dias e até semanas pela realização de cirurgias e exames urgentes. Maqueiros estão com salários atrasados e a população sofre com macas retidas na porta do hospital. Os funcionários da área da saúde, que tanto se dedicam apesar da falta de estímulo e de estrutura para trabalhar, estão insatisfeitos com o tão propagado acordo coletivo. Os próprios servidores do HU estão em greve, o que tem prejudicado bastante a população que depende do atendimento naquele local - a situação do HU é tão caótica, que até mesmo os estudantes do curso de medicina realizaram uma manifestação essa semana. A Casa de Saúde está prestes a fechar suas portas, deixando centenas de deficientes mentais sem uma assistência digna.
Os pacientes renais crônicos estão sem assistência por parte do governo - não há laboratórios voltados para os mesmos, que sofrem cada vez mais. A falta de estrutura nos hospitais para diagnosticar a morte encefálica dos pacientes tem dificultado e prejudicado os transplantes de órgãos no estado e, por conta disso, várias pessoas tem morrido na fila de espera. As ambulâncias do Samu estão cada vez mais sucateadas e a demora no atendimento é motivo de reclamação geral por parte da população. A própria base do Samu de Capela funciona em um container, situação vergonhosa para a saúde pública do estado. Ao contrário do que vemos nas propagandas do governo, os hospitais regionais estão sem funcionamento efetivo, deixando milhares de pessoas pelo interior à deriva.
Sergipe possui clínicas de saúde da família fechadas e prontas, aguardando somente cerimônias e solenidades de inauguração e que o governo resolva problemas políticos. Entre outros fatores, essa é a situação atual da saúde pública em Sergipe.
Enquanto o caos está instalado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) banca um exagerado almoço no Hotel Mercury, um dos mais luxuosos da cidade de Aracaju, para simplesmente comunicar o lançamento de um prêmio voltado às matérias positivas sobre o SUS em Sergipe. Parece que há uma enorme vontade política de forjar um paraíso, um cenário maravilhoso que não existe. Gastar dinheiro público para encher os jornalistas e radialistas com comida cara, enquanto centenas de pessoas penam diariamente nas filas dos hospitais e maternidades em busca de um atendimento digno é vergonhoso.
E-mail transcrito na íntegra enviado por um leitor.
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