"Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia."
(por Rodrigo Constantino )
"Tudo que é preciso para o triunfo do mal
é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)
Agora, é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.
Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?
Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável.
Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional - Socialista, em 1933, na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.
Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro
monopólio da esquerda na política nacional.
PT e PSDB cada vez mais se parecem.
Mas também existem algumas diferenças importantes.
O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios, os mais abjetos, para tal meta.
O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso.
O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente
grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista.
O PSDB não chega a tanto.
Além disso, há um fator relevante de curto prazo:
o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal,
ONGs, estatais, agências reguladoras, tudo!
O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez, na Venezuela; Evo Morales, na Bolívia; Rafael Correa, no Equador.
Enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo.
A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme.
O estrago será duradouro.
Mas quanto antes for abortado,
melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.
Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre
Serra e Dilma. Uma continuação da gestão petista
através de Dilma, é um tiro certo rumo ao pior.
Dilma é tão autoritária ou mais que Serra,
com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior,
aquela existente em Cuba ainda hoje.
Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos.
Como anular o voto
sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?!
Como virar a cara
sabendo que isso pode significar passos mais acelerados
em direção ao socialismo bolivariano?
Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia.
Mas anular o voto, desta vez, pode significar
o triunfo definitivo do mal.
Em vez de soco na cara ou no estômago,
podemos acabar com um tiro na nuca.
Dito isso, assumo que votarei em Serra.
Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa.
Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio à Dilma.
Meu voto não é a favor de Serra.
No dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro do
governo Serra, como sou hoje do governo Lula.
Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder.
Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília.
Só o desaparelhamento de petistas do Estado
já seria um ganho para a liberdade,
ainda que momentâneo.
Respeito meus colegas liberais, que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convicente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito, mas é o que hoje devemos e podemos fazer!
Por Rodrigo Constantino - economista
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