Cícero Mendes
Especial para o NE Notícias
A Revista da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), que está sendo distribuída pelos Correios aos médicos, chama a atenção pela charge estampada em sua 1ª página. Nela, estão as figuras de três pessoas bastante conhecidas no estado: o deputado estadual e ex-secretário de Saúde, Rogério Carvalho, o governador Marcelo Déda e o presidente da entidade, Petrônio Gomes.
No desenho, Déda aparece com uma arma no quadril e chicoteando o presidente Petrônio que, de joelhos, segura em um tronco onde está escrito a palavra ‘médicos’. Ao fundo, o ex-secretário acompanha tudo aos risos, encostado numa fachada de hospital caindo aos pedaços.
Na mesma charge, o governador é chamado pela Somese de ‘feitor’, aquele que no período colonial do Brasil, era pago para guardar os escravos e chicotear os que tentassem fugir ou desobedecem às ordens do senhor de engenho.
A matéria de capa “Desrespeito à Classe Médica de Sergipe chega ao extremo” é repleta de duros comentários à política pública de saúde implementada pelo governador, que teve à frente, durante mais de três anos, Rogério Carvalho. De acordo com a reportagem, Carvalho administrou a Secretaria com “mãos de ferro e auxiliado por uma equipe importada”.
Na opinião da Somese, Rogério Carvalho “possuía todas as condições para fazer uma administração revolucionária (...). No entanto, produziu a maior transformação negativa da história da saúde pública de Sergipe”. A entidade acusa ainda o ex-secretário de comandar “uma poderosa rede de influência política jamais vista, objetivando angariar dividendos políticos e se eleger deputado federal”.
Segundo a matéria, “durante quatro anos, o povo sofreu (alguns morreram) por uma assistência deficiência (sic), na porta, nos corredores e nas macas do Hospital de Urgência Gov. João Alves Filho (...). Hospitais históricos, como o Amparo de Maria, em Estância, e São Vicente de Paula, em Propriá, sucumbiram ao desprezo de que foram vítimas”.
A Somese critica ainda o projeto das Clínicas de Saúde, cujo “futuro é incerto”, e diz que elas só aconteceram porque o atual “governo se apressou em gastar o dinheiro (da saúde) e, a partir daí, começou a construção”. A entidade acusa ainda o ex-secretário e sua equipe importada de cometerem os mesmos desmandos desde à época em que Rogério era secretário municipal de Saúde quando Marcelo Déda foi prefeito de Aracaju.
“A passagem do grupo pela Secretaria Municipal de Saúde produziu tantos estragos no órgão, que até hoje, passados quatro anos, os gestores que o sucederam ainda não conseguiram pôr ordem na casa. Terceirizações fajutas, algumas delas denunciadas pelo Sindicato dos Médicos, problemas graves de gerenciamento no Hospital Cirurgia, foram outros problemas encontrados”, aponta a reportagem especial.
A Fundação Estadual de Saúde também foi alvo de críticas pela publicação médica. De acordo com a Somese, sua criação foi feita “atropelando a tudo e a todos”, fazendo com que “centenas de especialistas deixassem seus postos de trabalho (por não aderirem às fundações), ficando em disponibilidade”. E completa, afirmando: “A precarização do trabalho médico foi a tônica nesse (des) governo, com a contratação de empresas terceirizadas de mão de obra”.
Zombou
A revista traz ainda uma entrevista com o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe, José Menezes, que acusa o atual governo de zombar dos órgãos fiscalizadores do estado, ao se referir à situação do Hospital Governador João Alves Filho. “O Hospital João Alves é um retrato vivo da incompetência deste governo. O Hospital José Machado de Souza, de pediatria, que fica lá dentro, este governo não colocou para funcionar, e zombou do Ministério Público do Estado, do Ministério Público do Trabalho, da Procuradoria da República...”
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A edição da revista pode ser conferida na íntegra no site da entidade médica, no endereço: www.somese.com.br. O NE Notícias disponibiliza uma versão da publicação para seus internautas em arquivo PDF (1,5 MB).
Especial para o NE Notícias
A Revista da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), que está sendo distribuída pelos Correios aos médicos, chama a atenção pela charge estampada em sua 1ª página. Nela, estão as figuras de três pessoas bastante conhecidas no estado: o deputado estadual e ex-secretário de Saúde, Rogério Carvalho, o governador Marcelo Déda e o presidente da entidade, Petrônio Gomes.
No desenho, Déda aparece com uma arma no quadril e chicoteando o presidente Petrônio que, de joelhos, segura em um tronco onde está escrito a palavra ‘médicos’. Ao fundo, o ex-secretário acompanha tudo aos risos, encostado numa fachada de hospital caindo aos pedaços.
Na mesma charge, o governador é chamado pela Somese de ‘feitor’, aquele que no período colonial do Brasil, era pago para guardar os escravos e chicotear os que tentassem fugir ou desobedecem às ordens do senhor de engenho.
A matéria de capa “Desrespeito à Classe Médica de Sergipe chega ao extremo” é repleta de duros comentários à política pública de saúde implementada pelo governador, que teve à frente, durante mais de três anos, Rogério Carvalho. De acordo com a reportagem, Carvalho administrou a Secretaria com “mãos de ferro e auxiliado por uma equipe importada”.
Na opinião da Somese, Rogério Carvalho “possuía todas as condições para fazer uma administração revolucionária (...). No entanto, produziu a maior transformação negativa da história da saúde pública de Sergipe”. A entidade acusa ainda o ex-secretário de comandar “uma poderosa rede de influência política jamais vista, objetivando angariar dividendos políticos e se eleger deputado federal”.
Segundo a matéria, “durante quatro anos, o povo sofreu (alguns morreram) por uma assistência deficiência (sic), na porta, nos corredores e nas macas do Hospital de Urgência Gov. João Alves Filho (...). Hospitais históricos, como o Amparo de Maria, em Estância, e São Vicente de Paula, em Propriá, sucumbiram ao desprezo de que foram vítimas”.
A Somese critica ainda o projeto das Clínicas de Saúde, cujo “futuro é incerto”, e diz que elas só aconteceram porque o atual “governo se apressou em gastar o dinheiro (da saúde) e, a partir daí, começou a construção”. A entidade acusa ainda o ex-secretário e sua equipe importada de cometerem os mesmos desmandos desde à época em que Rogério era secretário municipal de Saúde quando Marcelo Déda foi prefeito de Aracaju.
“A passagem do grupo pela Secretaria Municipal de Saúde produziu tantos estragos no órgão, que até hoje, passados quatro anos, os gestores que o sucederam ainda não conseguiram pôr ordem na casa. Terceirizações fajutas, algumas delas denunciadas pelo Sindicato dos Médicos, problemas graves de gerenciamento no Hospital Cirurgia, foram outros problemas encontrados”, aponta a reportagem especial.
A Fundação Estadual de Saúde também foi alvo de críticas pela publicação médica. De acordo com a Somese, sua criação foi feita “atropelando a tudo e a todos”, fazendo com que “centenas de especialistas deixassem seus postos de trabalho (por não aderirem às fundações), ficando em disponibilidade”. E completa, afirmando: “A precarização do trabalho médico foi a tônica nesse (des) governo, com a contratação de empresas terceirizadas de mão de obra”.
Zombou
A revista traz ainda uma entrevista com o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe, José Menezes, que acusa o atual governo de zombar dos órgãos fiscalizadores do estado, ao se referir à situação do Hospital Governador João Alves Filho. “O Hospital João Alves é um retrato vivo da incompetência deste governo. O Hospital José Machado de Souza, de pediatria, que fica lá dentro, este governo não colocou para funcionar, e zombou do Ministério Público do Estado, do Ministério Público do Trabalho, da Procuradoria da República...”
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A edição da revista pode ser conferida na íntegra no site da entidade médica, no endereço: www.somese.com.br. O NE Notícias disponibiliza uma versão da publicação para seus internautas em arquivo PDF (1,5 MB).
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