terça-feira, 27 de março de 2012

Déda, Jackson e Valadares: nenhum deles tem um projeto coletivo de poder

Via Blog de Cláudio Nunes
A eleição de Aracaju este ano servirá para mostrar que o bloco governista, que chegou ao poder em 2006, pregando um novo projeto para Sergipe, gerando a expectativa de mudanças para a maioria dos sergipanos, não difere em nada das outras lideranças que passaram muito tempo no poder, principalmente os últimos governadores João Alves Filho e Albano Franco.

A cada semana que passa surge uma nova chapa no bloco da situação na tentativa de encontrar um nome que possa vencer a eleição em Aracaju. Há poucos dias sugeriram ao vice-governador, Jackson Barreto, que fosse candidato em nome da unidade do grupo. O interesse pessoal prevaleceu: Jackson só pensa em governar Sergipe, mesmo que sejam apenas nove meses com a possível renuncia de Marcelo Déda para ser candidato ao Senado.  Sugeriram também o nome do senador Valadares. Este nem pensa em largar a cadeira do Senado, nem para ser ministro. E depois da derrota no 1º turno no ano 2000, para o próprio Marcelo Déda, o senador não quer mais cair numa aventura e por isso tenta emplacar o nome de Valadares Filho.

Como se vê. Nem Déda, que só pensa no Senado, nem Jackson, que só pensa no governo, nem Valadares que já pensa no quarto mandato em 2018, tem interesse em um projeto coletivo de poder.

E após a saída do grupo dos irmãos Amorim do bloco a desconfiança aumentou entre as três lideranças. Jackson sugere a Déda algumas ações políticas, mas todas com ênfase em 2014. A principal foi o retorno de Luciano Bispo ao bloco. Assim que Déda perdeu na AL, Jackson foi logo procurar Luciano Bispo, porque sabia que se a “poeira acalmasse”, o governador poderia refazer suas atitudes, assim como fez com Adelson Barreto e continuar com o apoio de Maria Mendonça.

Já o senador Valadares tenta emplacar a candidatura do PSB. E depois do aval do presidente Eduardo Campos, não tem desculpas da falta de estrutura. Sabe que o PT dificilmente abrirá mão da candidatura de Rogério Carvalho.

Resta saber como o governador Marcelo Déda se comportará com as duas candidaturas. De um lado o PT e o PMDB e outros pequenos partidos. Do outro o PSB, o PCdoB (do prefeito Edvaldo Nogueira), e o PSC dos irmãos Amorim com outros pequenos partidos. E aí a desconfiança aumentará. Valadares num palanque de Amorim em 2012. E como ficará em 2014?

E que ninguém escute caro leitor: uma aliança destas, com tamanha desconfiança se sustenta num frágil alicerce. E se Marcelo Déda não assumir a função de mestre de obras e reconstruir a fundação que está rachando, o desabamento será fatal para suas pretensões de chegar ao Senado em 2014.

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