O presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, o deputado estadual Luciano Bispo (PMDB), concedeu entrevista ao Correio de Sergipe no último domingo (8) e disse que não será candidato a prefeito de Itabaiana em 2016.
A entrevista do jornal foi conduzida pelo jornalista Habacuque Villacorte. Na oportunidade, o presidente da Alese foi questionado sobre diversos temas. Sobre uma possível candidatura a prefeito de Itabaiana Luciano disse que não ter interesse. “Eu não serei candidato a Prefeito em 2016. Já disse que nosso Grupo Político apresentará um projeto e nós vamos reconquistar a prefeitura”, disse Luciano.
Sobre a aliança com o PT de Itabaiana de Itabaiana, o deputado disse que manterá a aliança não só com Olivier Chagas e o PT de Itabaiana, mas com Rogério Carvalho, e os Deputados Francisco Gualberto e Ana Lúcia, que são colegas da Casa.
Indagado sobre os processos noticiados pela imprensa, Luciano Bispo disse que não responde a nenhum processo porque desviou dinheiro para enricar e que não vai transformar a Assembleia em uma Câmara Municipal de Itabaiana.
Ainda na entrevista ele falou sobre o futuro do irmão Arnaldo Bispo, “a decisão é dele, o que ele desejar ser, terá o meu total apoio”, disse.
Veja a reportagem completa feita pelo jornalista Habacuque Villacorte do Correio de Sergipe:
CORREIO DE SERGIPE: Iniciando a entrevista, após 16 anos de experiência com o Executivo, sente-se preparado para gerir o Poder Legislativo? O senhor recebeu a Casa em que condições? As finanças estavam equilibradas?
LUCIANO BISPO: Preparadíssimo (risos)... de fato estou muito alegre sim. É uma honra poder contar com a confiança dos meus Pares para governar essa Casa, que não é uma coisa simples. Nós estamos falando do Poder Legislativo que é composto por 24 representantes escolhidos pelo voto direto do Cidadão. Aqui, cada Deputado tem seu mandato confiado por seus eleitores e nós, juntos, construímos o Poder com maior responsabilidade perante o Cidadão. Sobre as condições que recebemos a Casa, o que nos interessa é olharmos para a frente. Eu não costumo olhar para o retrovisor, quem passou por aqui antes de mim tinha a autonomia e a responsabilidade de governar de acordo com sua consciência.
CS: Assumir a Assembleia Legislativa em meio a tantos problemas com essa questão das subvenções é um desafio ainda maior? É verdade que o senhor está disposto a debater o assunto e até defende a continuidade da aplicação dos recursos? Por que?
LB: Sobre essa questão dos Recursos Sociais, destinados pelos Deputados para Instituições que realizam um trabalho fundamental para os sergipanos, nós, os 24 Deputados estamos muito a vontade. Se houver problemas, e isso somente será possível fazer um julgamento ao final de cada processo, devemos corrigir. O que não se pode é condenar pessoas antecipadamente. Claro que estou disposto a dialogar com a Sociedade sobre isso. Vamos às Instituições para vermos o que elas fazem de bom?
CS: O senhor foi candidato único à presidência da Assembleia Legislativa. Nós sabemos que os deputados é que decidem, mas sua candidatura se consolidou após a interferência do PMDB e do governador Jackson Barreto. Dá, ainda assim, para garantir a independência do Poder perante o Executivo?
LB: O que houve nesse período foi muita especulação, o que é natural. O processo de escolha do Presidente se deu a partir do diálogo com todos os Deputados. Quando afirmam que foi o Governador que interferiu, isso é por conta do imaginário das pessoas. Nós começamos a conversar com os Colegas desde outubro, dai o Processo foi se afunilando até chegarmos a uma Chapa de Consenso, que é o que a Casa precisa, de Unidade de todos para fortalecermos o Poder Legislativo. Sobre a independência da Casa isso é Constitucional. Nós tivemos dois irmãos, um comandando o Poder Judiciário e o outro o Executivo, Claudio e Marcelo Déda, alguém ouviu dizer que havia subserviência de um ao outro? Nós, pessoas públicas precisamos entender que as Instituições são bem maiores que nós e isso, tanto eu, quanto o Governador Jackson Barreto aprendemos muito bem ao longo da nossa Vida Pública.
CS: O fato de o senhor substituir seu irmão Arnaldo e passar a ser o representante da "Família Bispo" na Assembleia é outro grande desafio em sua trajetória política? É verdade que ele está deixando a política partidária de vez?
LB: Graças a Deus e a criação dos meus Pais, dona Mariazinha e Seu Zezé de Bevenuto, todos nós, seus filhos, aprendemos a honrar o nome da nossa família. Arnaldo e Roberto Bispo, meus irmãos são homens sérios. Sobre o futuro de Arnaldo a decisão é dele, o que ele desejar ser, terá o meu total apoio, inclusive o de não querer mais participar da vida política partidária.
CS: O senhor chegou na AL com o discurso do diálogo. Se dispôs a resolver os problemas da Casa conversando com os servidores e, principalmente, com os demais membros da Mesa Diretora. A presença da oposição em sua chapa teve que grau de importância para a sua vitória?
LB: Como eu disse anteriormente, a nossa Chapa foi construída na base do diálogo, do consenso e é preciso dizer uma coisa, na atual Mesa Diretora não há situação, nem Oposição. Nós todos somos Deputados Estaduais. A posição que cada integrante do Poder Legislativo ocupará em relação ao Poder Executivo é uma prerrogativa do Parlamentar, mas aqui dentro da nossa Casa, não existe separação. Todos serão respeitados. Sobre os Servidores da Casa, tenha certeza que nós dialogaremos sim, e já iremos sentar com o Presidente do Sindicato para estreitarmos a relação.
CS: Desde que o senhor fora cogitado para presidir a Assembleia Legislativa, que vieram a tona informações e boatos a respeito de processos pelos quais o senhor responde e que podem até inviabilizar sua gestão na AL. É verdade? O senhor possui alguma condenação? Há o risco de o senhor perder o mandato?
LB: Essa história é velha. Isso faz parte de uma estratégia que os nossos adversários locais, em Itabaiana, sempre usaram para amedrontar nossos eleitores e amigos. Pergunte a qualquer itabaianense se estou falando a verdade. Toda eleição é assim, primeiro dizem que não poderei ser candidato, depois dizem que não ganharei, depois inventam que se eu ganhar não assumirei, e por fim dizem que serei cassado. Eu ouço isso há 30 anos. Sobre Processos, me aponte um Gestor Público que fica no Poder por tanto tempo que não responda um processo! Agora uma coisa eu garanto, nenhum dos meus é por ter usado o dinheiro do Povo para enricar. Vejo isso com muita tranquilidade.
CS: Também quando se fala da sua gestão, há quem diga que a Assembleia Legislativa passará a ser uma espécie de Câmara Municipal de Itabaiana, provavelmente medindo a rivalidade política daquela cidade que o senhor nutre com a deputada estadual Maria Mendonça. Essa preocupação procede? Como o senhor "digeriu" o voto contrário dela a sua chapa?
LB: Eu tenho repetido isso todas as vezes quando tenho a oportunidade. Eu não vou transformar a Assembleia Legislativa na Câmara de Vereadores de Itabaiana. A eleição municipal será disputada lá, na minha Cidade e ai você pode anotar, em 2016 nosso grupo apresentará um Projeto para restaurar a atenção ao nosso Povo, que está abandonado por completo enquanto o atual gestor vive espalhando que é o melhor Prefeito do Brasil, procure saber como anda o atendimento na Saúde e na Assistência Social. Mas isso é para ser debatido lá em Itabaiana. Quanto ao Voto da Deputada Maria Mendonça cabe a ela explicar o porque votou contra, não em mim, mas na Chapa apresentada. Mas eu lhe digo uma coisa, é um direito dela decidir como vota. Também deixo bem claro, ela terá o mesmo tratamento que eu, como Presidente, darei a todos os Colegas.
CS: É sabido que em Itabaiana o senhor faz oposição ao agrupamento do senador Eduardo Amorim. O senhor o enxerga como um adversário local ou de caráter estadual? Pretende tê-lo como um parceiro da Assembleia Legislativa?
LB: Primeiro que Eduardo Amorim nunca foi o meu adversário local; em Itabaiana há dois Grupos: os Bispos e os Teles. Segundo, ele é um Senador da República e nós devemos respeitar o seu Mandato.
CS: Falando em Itabaiana, o senhor pode vir a ser candidato a prefeito da cidade novamente em 2016? Qual a sua avaliação da gestão atual no município? A aliança com o PT de Itabaiana está mantida? Como o seu agrupamento está se preparando para disputar aquela prefeitura?
LB: Eu não serei candidato a Prefeito em 2016. Já disse que nosso Grupo Político apresentará um Projeto e nós vamos reconquistar a Prefeitura e devolver principalmente para as Pessoas mais Carentes e acabar de vez com o sentimento de vingança, do ódio, da perseguição e da intolerância que voltou com essa Administração atual. Sobre o PT, não só o de Itabaiana, com meu amigo Olivier Chagas, mas com Rogério Carvalho, e os Deputados Francisco Gualberto e Ana Lúcia, que são meus Colegas da Casa.
CS: Concluindo a entrevista, falando agora como deputado estadual, como o senhor tem acompanhado essas dificuldades financeiras atravessadas pelo governo do Estado? A Assembleia Legislativa, que aprovou tantos empréstimos, não contribuiu para esse endividamento todo? Qual a sua avaliação sobre a sua gestão?
LB: É preciso entender que os problemas financeiros não são exclusivos de Sergipe. O Brasil está atravessando uma situação difícil. Eu sei o que é isso, pois já fui Prefeito. Olhe os problemas enfrentados pela Prefeitura de Aracaju, eles foram causados pelos empréstimos? Não! A capacidade de endividamento do Estado, dito pelos Técnicos do Governo Federal é excelente. Isso não é discutível, não somos nós que, sem os dados técnicos, julgamos isso. E sobre a minha gestão, eu deixarei para que os sergipanos avaliem. Uma coisa eu asseguro, trabalharei muito para valer cada um dos 23 votos dos meus colegas e honrar os meus amigos e eleitores.
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