sábado, 28 de junho de 2014

Brasil sofre com 1 a 1, mas passa pelo Chile nos pênaltis

Júlio César pegou duas cobranças e salvou seleção de vexame
 
Brasil sofreu, mas sobreviveu (foto: Rodrigo Villalba/ FuturaPress)
“Em caso de crise, chama o Chile que resolve”, dizem certos sabichões. Não foi bem assim na tarde deste sábado, 28. No jogo mais sofrido de toda a Copa até aqui, a seleção brasileira quase foi ao desespero para segurar o empate em 1 a 1 com o Chile, por pouco não se complicou na prorrogação, e teve de resolver tudo nos temidos pênaltis. Na sempre imprevisível decisão de cobrador vs. goleiro, brilhou a estrela de Júlio César, que catou duas cobranças e ajudou o Brasil a vencer por 3 a 2. Com o resultado, a seleção está classificada para as quartas de final e pegará a Colômbia.
Primeira etapa
No início, o Chile mostrou a que veio e pressionou com dedicação a saída de bola brasileira. Mas a torcida mineira, a mais vibrante da Copa até aqui, empurrou os brazucas. E logo aos cinco minutos, após sobra do escanteio, Marcelo pegou bem de fora da área e mandou a bola rente ao lado esquerdo do gol. Sete minutos depois, Hulk foi calçado por Isla dentro da área, mas o juiz não deu nada. O gol, entretanto, sairia quando ninguém esperava – e com participação decisiva de quem quase nem seria escalado.
Brasil sentiu o gol de empate (foto: Rodrigo Villalba/ FuturaPress)
Aos 17 minutos, Neymar cobrou escanteio, Thiago Silva tocou de cabeça para trás e Jara tocou para dentro do gol com a canela, mas o juiz deu gol para o brasileiro mais próximo: David Luiz, até o último minuto dúvida na escalação para o jogo. Brasil 1 a 0. Com os brazucas na frente, Neymar se empolgou e mostrou que mesmo marcado por três conseguia articular jogadas pela esquerda. Aos 25, o camisa 10 ganhou do marcador na corrida, mas o chute cruzado saiu fraco.
A alegria brasileira, entretanto, não durou nem quinze minutos. Aos 32, Hulk devolveu a bola errado próximo à área brasileira. Vargas ficou com a redonda e serviu Sanchez, que entrou na área e chutou no canto. Julio César, que caiu atrasado, não pegou: 1 a 1. De imediato, a torcida gritou “Brasil, Brasil”, mas logo em seguida se aquietou.
Aos 35, Neymar cabeceou com perigo, mas a bola saiu prensada pela linha de fundo. Aos 39, Neymar disparou pela esquerda, tentou se livrar da marcação, mas a bola parou nos pés de Fred, que chutou por cima do gol de Bravo. Aos 42, Daniel Alves arriscou chutou de longe, mas Bravo, atento, espalmou.
Seleção pouco criou na segunda etapa (foto: Rodrigo Villalba/ FuturaPress)
Segundo tempo
Apesar de criar mais chances que o Chile, o Brasil, assustado e abatido pelo gol, voltou sem vibração no segundo tempo. Já o Chile rondava a área brasileira, mas parecia conformado com o resultado. E a primeira chance da segunda etapa foi verde-e-amarela: aos quatro minutos, Fernandinho arriscou de longe e mandou à esquerda do gol.
Aos 9, Hulk recebeu lançamento, ajeitou com o braço e completou o lance com gol, mas o juiz anulou.  O Chile respondeu com perigo aos 19, quando Isla cruzou rasteiro da linha de fundo e Aranguiz finalizou com contundência, quase caído. Na sequência, porem, Julio Cesar fez grande defesa. Lá na frente, o Brasil continuou criando pouco.
Mas em um cochilo da defesa chilena aos 28, Hulk disparou pela esquerda e cruzou para Jô. O camisa 21, porém, não alcançou a bola e levou a torcida ao desespero. Aos 34, novo ataque brasileiro: Daniel Alves cruzou da direita e Neymar cabeceou no meio do gol em cima de Bravo. Frágil emocionalmente, o Brasil mostrou enorme dependência dos erros de saída do adversário, o que não aconteceu – e o juiz soou o temido apito final.
Júlio César: instinto funcionou na hora certa (Ian Walton/ Getty Images)
Prorrogação
Logo no começo aos 9, Jô recebeu na área, mas chutou prensado. Aos 11, Hulk cruzou da esquerda, Oscar cabeceou, mas Bravo pegou. Pouco depois, o próprio Hulk deu uma de Robben, limpou para o meio, chutou no gol, mas Bravo espalmou. Mesmo assustada com a indefinição, a torcida começou a gritar “eu acredito”.
Aos 15 minutos, o Brasil inteiro prendeu a respiração com a bola na trave de Aranguiz depois de um incrível vacilo da defesa brasileira. Logo depois, em contra-ataque brasileiro, Neymar serviu Hulk na direita, mas o camisa 7 bateu prensado. Quando faltava um minuto, os dois times se entregaram até não haver tempo para mais nada.
Pênaltis
David Luiz foi o primeiro. Sem frescura, o camisa 4 bateu no canto esquerdo e converteu: 1 a 0. Já Pinilla foi confiante demais, bateu no meio e Júlio César catou. Na sequência, Willian pegou muito mal na bola e colocou pra fora. Na cobrança de Sanchez, Julio Cesar catou outra e levou o estádio ao delírio. Já Marcelo bateu alto, e mesmo com toque do goleiro, que espalmou, a bola entrou: 2 a 0. No pênalti chileno, Aranguiz cobrou no ângulo e converteu: 2 a 1.
Na vez do Brasil, Hulk chutou no meio e Bravo interveio. Então Diaz cobrou no meio e empatou para o Chile: 2 a 2. Já a última cobrança do Brasil tinha que ser dele, Neymar, que fez a célebre caminhada, mirou o gol e tocou no canto direito: 3 a 2. Então veio Jara, com tranquilidade, para mandar a bola chilena...na trave. Resultado: 3 a 2 Brasil diante de uma multidão sofrida e extasiada no Mineirão.
FICHA TÉCNICA
Brasil 1 (3) x (2) 1 Chile
Gols: David Luiz (18’ 1T), Sanchez (32’ 1T)
Pênaltis: David Luiz, Marcelo, Aranguiz, Diaz, Neymar
BRASIL
1 Julio César, 2 Daniel Alves, 3 Thiago Silva, 4 David Luiz, 5 Fernandinho (16 Ramires), 6 Marcelo, 7 Hulk, 17 Luis Gustavo, 10 Neymar, 11 Oscar (19 Willian), 9 Fred (21 Jô)
CHILE
1 Bravo, 2 Mena, 4 Isla, 5 Silva, 7 Sanchez, 8 Vidal (9 Pinilla), 11 Vargas (16 Gutierrez), 17 Medel (13 Rojas), 18 Jara, 20 Aranguiz, 21 Diaz
Cartões amarelos: Mena, Silva, Hulk, Luiz Gustavo, Pinilla, Daniel Alves
Público: 57.714
Por Igor Matheus
De Belo Horizonte 

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