A Polícia Militar do Estado de São Paulo afirmou que a chacina que matou cinco pessoas da mesma família — entre eles um casal de policiais —
 dentro de casa, na zona norte de São Paulo, não foi um ataque de uma 
facção criminosa. A PM investiga se filho de 13 anos do casal, que 
também foi encontrado morto, teria participado do crime.
 Ainda não há nada de concreto sobre o caso, somente indícios. Os corpos
 foram encontrados no fim da tarde desta segunda-feira (5) na 
Brasilândia, na zona norte da capital paulista. Na casa, morava um casal
 de policiais militares: o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini e a 
mulher, o cabo Andreia Bovo Pesseghini. Eles tinham um filho, Marcelo 
Eduardo, de 13 anos. 
 Além dos três, a avó da criança, de 65 anos, mãe de Andreia, que morava
 no mesmo terreno, em um cômodo separado, e a tia de Andreia, de 55 
anos, também foram mortas. Os corpos foram encontrados depois que um 
parente sentiu falta de uma das senhoras. 
 Ao entrar na residência, a polícia encontrou o cabo Andreia ajoelhada, 
já sem vida. O filho dela e o marido estavam deitados perto de um 
colchão. No cômodo do lado de fora da casa, as duas senhoras permaneciam
 deitadas na cama com um cobertor sobre os corpos. 
 Perto da porta de entrada havia uma mochila. Dentro, a perícia 
encontrou material escolar do garoto de 13 anos, dinheiro e uma arma 
calibre 32 que pertencia ao cabo Andreia. Cada um levou um tiro na 
cabeça e, segundo Benedito Roberto Meira, comandante-geral da PM, não há
 marcas de que houve troca de tiros ou luta corporal. 
 — O que a gente descarta num primeiro momento é ataque, uma retaliação 
por parte de qualquer facção. Por quê? Porque, pela característica do 
que foi encontrado no local, você não tinha nenhum objeto revirado, não 
tinha sinais de arrombamento no imóvel, a porta estava entreaberta.
 No começo da madrugada desta terça-feira (6), os investigadores 
recolheram uma segunda arma, encontrada dentro da casa, diversos objetos
 e até lixo. Na residência, os peritos da polícia científica encontraram
 um bilhete que a escola teria mandado para os pais da criança nesta 
segunda-feira. Isso, segundo a polícia, sugere que o menino veio da aula
 depois que os pais já estavam mortos.
 Além disso, um dos carros do casal foi encontrado a cerca de sessenta 
metros da escola. A polícia já sabe que o veículo foi deixado ali por 
volta da 1h30 da madrugada de segunda-feira. Mas ainda não sabe por 
quem. A polícia investiga se a criança teria levado o carro até lá, pois
 o bilhete encontrado dentro da casa indica que a criança pode ter ido à
 escola.
 O deputado e major da PM Olímpio Gomes duvida que o garoto tenha 
atirado na família e cometido suicídio depois de voltar das aulas. 
 — Nós temos dois cenários e que dificilmente uma pessoa só conseguiria 
fazer esse disparo sem provocar nenhuma movimentação ou instinto de 
defesa das pessoas.
 Já o comandante geral da PM não descarta essa possibilidade.
 — O menino, ele era canhoto. O disparo foi feito do lado esquerdo da 
cabeça dele. Segundo os peritos que aqui estiveram, tem indicios de 
suicídio. A arma estava debaixo do corpo dele, o que é característico de
 suicídio.
 Parentes ouvidos pela polícia disseram que o menino não apresentava 
problema de comportamento, as não disseram se ele sabia dirigir. O 
sargento, que tinha 16 anos de corporação, e a cabo, que trabalhava na 
PM havia 19 anos, não tinham histórico de problemas e foram descritos 
como excelentes policiais, como conta o comandante da Tropa de Choque 
César Morelli.
 — Pra gente é bastante triste porque são dois policiais e, 
principalmente, uma família que sofreu uma coisa séria que é perder a 
família inteira.   
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