sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Homem agoniza na calçada e morre sem atendimento

Auxiliar do Samu afirma que recebeu informações desencontradas
Momento em que o senhor é removido para a ambulância (Fotos: Portal Infonet)
Uma cena que comoveu dezenas de pessoas em uma das avenidas mais movimentadas da capital. Na manhã desta sexta-feira, 15, de acordo com informações de parentes da vítima, o proprietário de uma corretora de plano de saúde, localizada na avenida Barão de Maruim, chegou ao estabelecimento, mas ao abrir a porta escorregou e bateu a cabeça no chão.
A partir deste momento, os familiares afirmam que Roque Santos de Brito, de 52 anos, perdeu bastante sangue, mas estava acordado quando o Serviço de Atendimento de Urgência e Emergência de Sergipe (Samu) foi acionado.
A equipe do Portal Infonet estava passando pelo local quando notou o desespero de populares e parentes que tentavam manter Roque respirando. Ao descer do carro da reportagem presenciamos o desespero de parentes que ligavam repetidas vezes para o Samu. No local, populares também ligavam para o serviço.
A informação de populares é que o Samu demorou por mais de uma hora
A filha da vítima dizia que era estudante de enfermagem e que o pai ainda estava com vida. Com o passar dos minutos deitado no chão, sem atendimento e perdendo muito sangue poderiam levá-lo a óbito. Parentes foram avisados e de diversos pontos da cidade conseguiram chegar ao local, no entanto, o Samu demorava.
Desesperados os filhos decidiram usar uma caminhonete para fazer o atendimento, foi nesta hora que o Samu chegou.
Somente às 8h15, segundo informou um dos parentes, uma ambulância do Serviço de Suporte Básico chegou ao local. Sem médicos ou equipamentos para reanimar o homem, os parentes ficaram revoltados e muitos passaram mal com a cena.
Uma auxiliar de enfermagem explicou que recebeu a informação de que se tratava de um acidente envolvendo moto e que a vítima estava consciente. Ao entrar em contato com a Central de Atendimento para explicar a real gravidade do fato, a auxiliar relatou que se tratava de um possível óbito.
Parentes tentaram remover o senhor usando uma caminhonete
O desespero tomou conta e a filha da vítima gritava para que o pai fosse removido do local imediatamente para o atendimento. “Eu sou estudante de enfermagem, vocês querem esperar que a outra ambulância venha para que seja constatado o óbito e meu pai seja deixado aqui no chão, mas ele não vai morrer aqui”, gritava.
Após a insistência de todos que estavam na cena, a equipe de Suporte Básico do Samu removeu o senhor para dentro da ambulância. Com a chegada de outra ambulância com plotagem de Suporte Básico, mas dessa vez com uma médica foi que o óbito foi constatado. A filha da vítima chegou a informar que Roque Santos apresentava problemas de pressão e cardiovasculares, mas tudo era controlado.
Populares revoltados afirmam que a demora foi decisiva para o óbito. “Eu fui um dos primeiros a chegar aqui. Trabalho na rua de Riachuelo e estava passando por aqui quando notei ele caído no local, fui ajudar e depois chegaram todos os parentes. A ambulância demorou mais de uma hora. Ele morreu por falta de atendimento, isso não pode acontecer”, lamenta Reginaldo Messias dos Santos.
Populares ajudam equipe de auxilar e motorista a colocar a vítima na ambulância
Parente fica desesperada com o óbito da vítima

Quanto à demora para a chegada da ambulância do Samu as informações são desencontradas. Outra testemunha afirma que chegou ao local às 7h40 e os parentes da vítima já tinham acionado a ambulância que somente chegou por volta das 8h15. A informação é de Manoel Sebastião de Oliveira que passava pelo local para ir ao trabalho na rua de Santa Luzia.
O Portal Infonet encaminhou email para a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde cobrando explicações sobre a demora no atendimento, mas até o fechamento da matéria não teve êxito. Sobre a plotagem da ambulância a equipe do Samu informou que se tratava de uma ambulância de Suporte Avançado, mas que a pintura estava errada.
Por infonet.com.br

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