segunda-feira, 11 de junho de 2012

Presidente Sintese recebe e assina notificação judicial

A ilegalidade da greve foi decretada no último dia 4 de junho
Ângela Melo recebe notificações das mãos do oficial do Tribunal Pleno Ginaldo Reis e... (Fotos: Aldaci de Souza/Portal Infonet)
“Eu tenho colocado que a Justiça em Sergipe toma decisões muito mais políticas, do que jurídicas. Espero que um dia a Justiça de Sergipe, ela tenha a autonomia e a liberdade que hoje tem o Supremo Tribunal Federal. Nós acalentamos esse sonho e quem sabe nós vamos conseguir que em Sergipe as decisões não sejam políticas”.
A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira, 11, pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese), Ângela Melo, ao assinar a notificação da Justiça, dando conta da ilegalidade da greve que completa 60 dias.
De acordo com a professora, mesmo tendo assinado a notificação judicial, a programação prevista segue normalmente. “Nossa vida continua na normalidade da greve. A greve continua, hoje nós faremos uma vigília na Assembleia Legislativa, se o tempo permitir nós continuaremos colocando adesivos nos carros pedindo a Déda que pague o Piso dos professores e que temos tido uma aceitação muito boa por parte da sociedade sergipana, que vem sendo solidária e afetiva aos professores”, ressalta.
... assina
A presidente do Sintese disse ainda que a decisão pela continuidade da greve será tomada em assembleia da categoria marcada para a manhã desta terça-feira, 12 no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. “Amanhã faremos assembleia com o velório do Governo e a partir das 10h seguiremos pelas ruas do Centro com o cortejo fúnebre do Governo. Em seguida haverá o sepultamento na Praça Fausto e a população, os alunos e os pais estão convidados a participar do ato. Se a greve por ventura for suspensa amanhã, as luta continua, as atividades vão continuar em junho, julho, agosto, setembro, enfim, por todos os meses”, alerta Ângela Melo.
Sem medo
Indagada pela reportagem do Portal Infonet se os professores não temem a Justiça e o Governo, Ângela Melo foi enfática: “Não, em hipótese alguma. Nós estamos no estado democrático de direito e enquanto cidadãos, vamos estar cumprindo o nosso papel, de pessoas que foram aviltadas na sua profissão. O Governo tomou um passo para a desvalorização dos professores do Estado de Sergipe e nós vamos continuar na luta, sem medo de Governo, sem medo de Justiça sem medo da imprensa.
O oficial do Tribunal Pleno Ginaldo Reis chegou cedo à sede do Sintese à rua Campos, com a notificação da ilegalidade da greve dos professores. “Semana passada eu estive aqui, mas nem a presidente, nem a vice, estavam para assinar os documentos. Com isso, marquei para às 8h30 desta segunda-feira, 11”, destaca.
A notificação é em cumprimento à decisão da desembargadora Suzana Maria Carvalho, emitida no último dia 04 de junho, determinando que os professores da rede estadual de ensino retornem às aulas, sob pena de pagamento de multa diária no valor de dez mil reais. A juíza deferiu pedido de tutela antecipada requerida pelo Estado para suspender o movimento paredista, “considerando que o  direito público subjetivo à Educação sofre violação com a greve”.

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