segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SEM MACAS E CAMAS, PESSOAS SÃO MEDICADAS EM POLTRONAS NA ALA AZUL DO HUSE

Campo de concentração. Essa é a frase usada por um paciente que precisou de tratamento médico no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). “Qualquer campo de concentração daria tratamento mais humano”. Enfermeiros “disputam” a posse de uma maca. Há no local, cerca de 15 pacientes que estão há mais de dois dias, sentdados em poltronas, a espera de uma vaga para ser internado.

O maior hospital público de Sergipe, vive hoje um verdadeiro clima de guerra dentro de suas alas de atendimento, já que o número de macas existentes no hospital é muito pequeno pela quantidade de atendimentos que são feitos diariamente. Devido a grande procura por socorro naquele hospital, o problema e sofrimento começa na entrada, quando muitas das vezes, a pessoa passando mal, chega a esperar três horas para ser atendido.
O corre-corre dos médicos e enfermeiros é muito grande. Sem descanso, os médicos precisam atender os que estão chegando e os que já estão “internados”. A equipe de enfermagem, alem de ser reduzida pelo numero de internos, enfrenta o problema maior: “não temos macas e somos obrigados a nos desdobrar para atender a todos”, desabafou uma enfermeira.


O que se nota no HUSE, é que o problema não esta nos profissionais, como médicos e enfermeiros, mas na estrutura do hospital, que passa por uma reforma que se arrasta há mais de três anos, e nunca chega ao fim. Alem disso, as poucas cadeiras de rodas que havia, estavam com os pneus para fora do aro, ou seja, sem camaras e vazios. Tambem não há acentos para os acompanhantes.

A reportagem, como não havia se identificado, não pode entrar nas outras alas, mas uma enfermeira que conversou com o repórter, conta que a Ala Azul “é o paraíso do hospital”. Perguntada de como seria então a Ala Vermelha, com os olhos cheio de lágrimas ela respondeu: “O inferno com todos os diabos em volta torcendo para que aconteça o pior”, desabafou ela.


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