sexta-feira, 13 de maio de 2011

Lagarto dá último adeus a professor


O corpo do professor Celso Milton de Oliveira Menezes foi sepultado na manhã desta sexta-feira, 13, sob forte emoção e revolta na cidade de Lagarto. A cidade praticamente parou para dar o último adeus a Celso Milton, um carismático professor nascido em Malhador e que recebeu título de cidadania lagartense devido a sua atuação cidadã naquela comunidade. “O sentimento da cidade é de tristeza. Ele era uma excelente pessoa, um professor extrovertido, alegre e irreverente”, conceitua a professora Cátia Nascimento, uma ex-aluna de Celso Milton.
 O prefeito Valmir Monteiro decretou luto oficial no município, as aulas foram suspensas e os alunos, uniformizados, acompanharam o cortejo que saiu do Colégio Polivalente Abelardo Romero Dantas com destino ao cemitério local. O governador Marcelo Déda anunciou o cancelamento de inaugurações de obras que estavam previstas para esta sexta-feira, 13. O Governo entregaria à população as instalações da Delegacia Regional de Polícia Civil e o Terminal Rodoviário da Cidade.
Cortejo atrai autoridades
Ainda no Colégio, a multidão se concentrou para assistir a celebração à alma do professor, feita pelo padre José Raimundo, da paróquia de Lagarto. Autoridades, políticos de todas as facções partidárias, ex e atuais alunos, gays, heterossexuais, enfim, cidadãos de todas as faixas etárias e classes sociais encheram o Colégio e, mais tarde, o cemitério da cidade, para prestar homenagens ao professor.
“Fomos professor juntos em duas oportunidades, dirigentes da Associação Atlética. Ele era uma pessoa inteligente, criativa, querida de todos”, comenta o promotor de justiça Deijaniro Jonas. “A população está consternada porque ele foi formador de opinião de muitos estudantes e deixa um legado e esta multidão representa tudo isto”.


Na comunidade, é uníssono o pedido por justiça e pelo fim da violência no município. “Que os culpados por este crime sejam punidos na forma da lei”, resumiu o irmão da vítima, Cláudio Miguel de Menezes, um cantor e compositor sergipano que também é advogado, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE.
De acordo com estatística da Secretaria de Estado da Segurança Pública são 21 mortes violentas no município, somente neste ano. “Lagarto vive um momento de crimes reiterados, tornando-se uma referência como cidade violenta e o Estado deve fixar um olhar mais atento, implementando políticas públicas mais ostensivas para reprimir crimes desta natureza”, considera o presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro Nascimento.

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