O Partido dos Trabalhadores não acredita nos aparentes bons resultados das discutidas e contestadas pesquisas eleitorais. Somente isso explica a decisão do diretório nacional do PT em ingressar ontem com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a lei que exige dois documentos (título de eleitor e outro documento oficial com foto) para que o eleitor vote no dia 3 de outubro. Alegação dos petistas: o partido teme que a exigência faça aumentar a abstenção nas eleições deste ano.
Ora, essa iniciativa do PT só pode ser em relação às pessoas sem um mínimo de informação ou semianalfabetas, um contingente de eleitores que, segundo avaliações político-eleitorais, o PT deposita esperança de que terá a maior parte dos votos. Convenhamos que um partido, cujos candidatos a presidente e a governadores estão aparecendo em primeiro lugar nas pesquisas, não deveria ter essa preocupação. Ou será que o PT teme um resultado adverso nas urnas eletrônicas se milhões de semianalfabetos e desinformados forem impedidos de votar por não apresentar um documento oficial com foto?
Por outro lado, essa defesa do PT em excluir a apresentação de outro documento com foto, além do título de eleitor, entra em rota de colisão com a busca da moralidade nas eleições no Brasil. É sabido que, em pleitos passados, eleitores semianalfabetos e desinformados foram "substituídos" por pessoas para votar no lugar deles. Estaria o PT defendendo que essa aberração venha a se repetir em 3 de outubro?
Nenhum comentário:
Postar um comentário